Elizabeth Babachevsky
Especial para a Folha de S. Paulo
A equipe responsável pelo ranking produzido pela Times Higher Education devotou um ano para coletar dados sobre um número imenso de instituições.
Evidentemente, pode-se esperar algumas distorções ou imprecisões dos dados informados pelas instituições.
Mas o ranking aponta com clareza as instituições que disputam os primeiros lugares na escala de prestígio acadêmico internacional.
Uma outra questão é se a metodologia é adequada para classificar todas (ou quase todas) as universidades do mundo, pois os indicadores que distinguem os primeiros da lista não funcionam para as últimas posições.
Por analogia, imagine uma classificação da riqueza que considere indicadores como a propriedade de iates e carros de luxo. Para classificar os mais ricos, essas informações podem ser boas, mas não para os demais.
Os resultados para as duas paulistas USP e Unicamp, especialmente se consideramos os saltos de um ano ao outro, falam mais da imprecisão desses rankings do que de melhoras ou pioras reais. Não há dúvida de que essas duas instituições representam o que há de melhor no Brasil.
O ranking acerta ao colocar as duas melhores universidades brasileiras na posição mediana de sua lista. Embora a produção acadêmica agregada do Brasil tenha crescido, seu impacto ainda é bastante medíocre.
O dado mais preocupante do ranking é o fato da USP e da Unicamp serem as únicas instituições dentre as nossas 100 universidades públicas em condições de disputar uma posição, ainda que apagada.
Elizabeth Balbachevsky é professora do Departamento de Ciência Política e pesquisadora do NUPPs da USP.
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