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quinta-feira, 15 de março de 2018
Youtube quer acabar com teorias da conspiração usando a Wikipédia
O recurso "information cues" deve aparecer já nas próximas semanas
Com tantos debates sobre a questão das "fake news", o YouTube resolveu apontar uma das suas medidas contra a disseminação de notícias falsas. A presidente da plataforma de vídeos, Susan Wojcicki, afirmou que a empresa vai passar a mostrar informações da Wikipédia em vídeos sobre teorias da conspiração.
De acordo com o 'TecMundo', a notícia foi dada durante a conferência SXSW. O recurso, chamado de será chamado de "information cues" (ou “sugestões de informação”, em tradução livre). O YouTube acredita que, como a biblioteca online funciona como um grande repositório de informações, isso pode ajudar a minimizar o efeito negativo das fake news.
Wojcicki contou que as sugestões já devem surgir dentro das próximas semanas. A novidade vai aparecer logo abaixo do player - antes mesmo do título do vídeo.
via Tech ao Minuto
terça-feira, 13 de junho de 2017
Circo Data: Novo site cria base de dados sobre famílias circenses e enciclopédia
Dicionário do Circo Brasileiro reúne 1,4 mil verbetes, glossário, fotos e bibliografia
Leandro Nunes, O Estado de S. Paulo
O circo não é mais o mesmo. Há quem lamente e quem festeje essa informação. A questão é que, como as outras artes, os amantes do picadeiro estão buscando novas maneiras de cultivar a tradição e mantê-la pulsante em cada cidade em que a lona desembarca. Para mapear essa memória histórica, a pesquisadora Cristina Bend lançou o site Circo Data - Dicionário do Circo Brasileiro inspirado em modelos mundiais como Circopedia e que reúne 1.400 verbetes, 60 famílias catalogadas, 12 árvores genealógicas, glossário com 200 termos, além de fotos e bibliografia.
O impulso para juntar tanto material surgiu sem, inicialmente, a ideia do projeto, que se concretizou com o edital Rumos do Itaú Cultural. A pesquisadora conta que durante os estudos em artes cênicas no Circo Escola Picadeiro, em Osasco, passou a entrevistar famílias e, ao longo de mais de dez anos, redigir em fichas os nomes de traquitanas e equipamentos que só existem no circo. “Na época, quase não havia informações sobre artistas do século 19 e 20 e seus circos”, recorda.
No site contém lista com nome de artistas, por ordem alfabética, como Piolin, palhaço de Abelardo Pinto que marcou a Semana da Arte Moderna de 1922 e que condecora com seu nascimento - 27 de março - o Dia do Circo. Há como fazer buscas por nome de famílias, circos e glossário. Mas não é preciso ir muito longe na navegação para descobrir que a origem do trabalho de Cristina se liga ao Circo Escola Picadeiro, importante polo de formação circense fundado em 1985, por José Wilson Moura, lugar que preparou atores como Domingos Montagner, morto em setembro do ano passado.
quinta-feira, 16 de março de 2017
“A Wikipédia é uma ferramenta de ensino eficaz”
LiAnna Davis fala sobre o potencial educativo da plataforma livre e sobre o programa que coloca alunos universitários para editar verbetes
Thais Paiva | Carta Educação
Ao editar verbetes, alunos têm a chance de interagir com pessoas de todo o mundo
Sexto site mais visitado do mundo, com aproximadamente 500 milhões de visitantes únicos todo mês, e um acervo que ultrapassa o de qualquer enciclopédia impressa, a Wikipédia é hoje a maior comunidade colaborativa de conteúdo livre do mundo. Apesar disso, ou talvez por conta disso, seu uso como fonte confiável de pesquisa é ainda questionado.
O julgamento, no entanto, não poderia estar mais equivocado, defende a americana LiAnna Davis, diretora de programas da Wiki Education Foundation. “Quando os estudantes aprendem a navegar pela Wikipédia, eles têm acesso a uma fonte riquíssima de informação. Ao invés de proibir o uso da Wikipédia em pesquisas, os professores deveriam ensinar os alunos a como utilizar a plataforma de forma efetiva”, diz.
Em visita à São Paulo, onde palestrou a convite do centro de pesquisa NeuroMat, da USP, LiAnna falou sobre a necessidade de desmistificar a ferramenta e integrá-la à educação. Também comentou sobre uma iniciativa pioneira que coordena nos Estados Unidos, na qual professores e alunos do Ensino Superior se unem para melhorar o conteúdo disponível sobre diversos tópicos na versão em inglês da enciclopédia.
Carta Educação: É comum a ideia de que a Wikipédia não é uma fonte confiável de informação. Por que essa concepção prevalece e como mudá-la?
LiAnna Davis: Creio que essa ideia vem do fato de qualquer um poder acrescentar ou editar um verbete na plataforma. Logo, as pessoas pensam: como é assegurado que a informação contida ali é confiável? Mas o que elas não compreendem é que a comunidade de editores da Wikipédia desenvolveu uma série de estratégias e diretrizes que sinalizam se aquele é ou não um bom verbete. Por exemplo, verbetes de baixa qualidade possuem um aviso no topo alertando que alguns pontos são duvidosos, que faltam citações e outras coisas do gênero. Então, claro, existem verbetes muito confiáveis e de alta qualidade na enciclopédia, mas também há outros não tão bons. Ao invés de proibir o uso da Wikipédia em pesquisas, os professores deveriam ensinar os alunos a como utilizar a plataforma de forma efetiva. Quando os estudantes aprendem a navegar pela Wikipédia, eles têm acesso a uma fonte riquíssima de informação e oportunidade de aprendizado. Na versão em língua portuguesa da plataforma, por exemplo, são 1 milhão de verbetes disponíveis. Para se ter uma ideia de comparação, a enciclopédia inglesa possui apenas 40 mil.
CE: Você diz que a Wikipédia e a Educação têm tudo a ver. Como os alunos podem usar a plataforma em suas pesquisas?
LD: A Wikipédia como uma enciclopédia virtual é uma ótima fonte preliminar de informação. Se você está começando a pesquisar um determinado tópico, poderá abrir a Wikipédia e ter uma visão geral do assunto muito valiosa. Se você precisa de informações rápidas e pontuais como “onde essa pessoa nasceu” ou “qual era sua profissão”, a informação que está lá com certeza é confiável e te servirá perfeitamente. Além disso, há uma série de notas de rodapé e referências que te levam para as fontes primárias e secundárias de pesquisa. É claro que você não deveria colocar a Wikipédia como a bibliografia do seu estudo, pesquisa, mas é um ótimo começo para ter essa visão genérica do assunto e então se aprofundar. No entanto, ela não deve ser sua única fonte de informação. O estudante deve sempre recorrer a outras fontes para ter um quadro mais abrangente do assunto que está investigando.
CE: Como funciona o programa desenvolvido pela Wiki Education Foundation que coloca professores e estudantes universitários para editar verbetes da plataforma?
LD: Começamos o programa em 2010 nos Estados Unidos e, nesses últimos sete anos, temos crescido bastante. Cada vez mais, novos professores universitários aderem ao nosso programa e integram a Wikipédia com as ciências ensinadas em suas salas de aula. Funciona assim: os docentes participantes pedem para que seus alunos adicionem conteúdo a artigos sobre o curso na Wikipédia. Para isso, passam por um treinamento online onde aprendem como utilizar a Wikipédia como uma ferramenta de ensino e então criam uma página de seu curso conosco. Hoje, apoiamos 300 classes nesse modelo, envolvendo cerca de 7 mil alunos do Ensino Superior. Nós, da Wiki Education Foundation, não somos especialista nos assuntos de todas essas classes, mas somos especialistas em Wikipédia e orientamos os professores que, por sua vez, proveem suas expertises nos tópicos e asseguram que os conteúdos adicionados pelos alunos são de alta qualidade e confiáveis. Nesse processo, os alunos também recebem treinamento online e diretrizes para que possam fazer contribuições valiosas para a plataforma. Além disso, temos uma equipe de apoio disponível para responder perguntas que os estudantes possam ter, rever o trabalho deles e assim por diante. Para participar do programa, professores e alunos podem entrar em contato conosco por meio do nosso website.
CE: Quais são os ganhos que os estudantes têm ao participar desse programa?
LD: Os estudantes aprendem pontos-chave para desenvolver habilidades relacionadas à alfabetização mediática, escrita, pesquisa, comunicação online e trabalho colaborativo, pois geralmente eles trabalham em conjunto com colegas. Além disso, ao editar os verbetes, eles têm a chance de interagir com pessoas de toda a parte do mundo. O público de seu trabalho deixa de ser uma pessoa só, o professor, e passa a ser toda a comunidade global, o que é muito mais impactante. Para os professores, os ganhos são alunos muito mais engajados com seu trabalho acadêmico, pois quando estão escrevendo para a Wikipédia não o fazem apenas para conseguir uma nota, mas para ajudar pessoas que realmente vão ler e usar aquilo. Logo, eles costumam despender muito mais tempo e esforço nesse tipo de atividade, pois a julgam útil. A Wikipédia é uma ferramenta de ensino eficaz.
CE: No ano passado, a Wiki Education Foundation desenvolveu o projeto Ano da Ciência. No que consistiu?
LD: Nós nos focamos em melhorar a qualidade da informação sobre Ciências disponível na Wikipédia em inglês. Para isso, lançamos uma campanha para trazer publicidade e atenção para a defasagem de conteúdo nesse tipo de área e convencer os alunos a trabalharem nisso. Conseguimos mobilizar cerca de 6 mil estudantes que editaram quase 5 milhões de conteúdos científicos, o que é equivalente a 3,5 volumes impressos da última enciclopédia britânica. Então foi um impacto gigante que os alunos promoveram na Wikipédia.
CE: Fora isso, houve também um esforço para promover a igualdade de gênero na plataforma. Como foi?
LD: Dentro do Ano da Ciência, queríamos focar também no aumento do número de biografias de mulheres cientistas na Wikipédia em inglês. Com a campanha, fomos capazes de acrescentar 125 novas biografias de mulheres cientistas durante 2016 e o trabalho continua nesse sentido. Fora da área da ciência, temos uma parceria com o Natural Women’s Studies Association, que é uma associação acadêmica nos Estados Unidos que congrega professores que ensinam estudos relacionados à mulheres e gênero, como Gênero e Comunicação e Feminismo. A associação encoraja esses professores a participar do nosso programa, o que é muito importante dado que 90% dos editores da Wikipédia são homens. Essas pessoas estão desenvolvendo um trabalho importantíssimo e ajudando a equipar a cobertura desigual sobre mulheres na plataforma. No nosso programa o cenário já começa a se nivelar, já que 68% dos nossos editores são mulheres.
Thais Paiva | Carta Educação
Ao editar verbetes, alunos têm a chance de interagir com pessoas de todo o mundo
Sexto site mais visitado do mundo, com aproximadamente 500 milhões de visitantes únicos todo mês, e um acervo que ultrapassa o de qualquer enciclopédia impressa, a Wikipédia é hoje a maior comunidade colaborativa de conteúdo livre do mundo. Apesar disso, ou talvez por conta disso, seu uso como fonte confiável de pesquisa é ainda questionado.
O julgamento, no entanto, não poderia estar mais equivocado, defende a americana LiAnna Davis, diretora de programas da Wiki Education Foundation. “Quando os estudantes aprendem a navegar pela Wikipédia, eles têm acesso a uma fonte riquíssima de informação. Ao invés de proibir o uso da Wikipédia em pesquisas, os professores deveriam ensinar os alunos a como utilizar a plataforma de forma efetiva”, diz.
Em visita à São Paulo, onde palestrou a convite do centro de pesquisa NeuroMat, da USP, LiAnna falou sobre a necessidade de desmistificar a ferramenta e integrá-la à educação. Também comentou sobre uma iniciativa pioneira que coordena nos Estados Unidos, na qual professores e alunos do Ensino Superior se unem para melhorar o conteúdo disponível sobre diversos tópicos na versão em inglês da enciclopédia.
Carta Educação: É comum a ideia de que a Wikipédia não é uma fonte confiável de informação. Por que essa concepção prevalece e como mudá-la?
LiAnna Davis: Creio que essa ideia vem do fato de qualquer um poder acrescentar ou editar um verbete na plataforma. Logo, as pessoas pensam: como é assegurado que a informação contida ali é confiável? Mas o que elas não compreendem é que a comunidade de editores da Wikipédia desenvolveu uma série de estratégias e diretrizes que sinalizam se aquele é ou não um bom verbete. Por exemplo, verbetes de baixa qualidade possuem um aviso no topo alertando que alguns pontos são duvidosos, que faltam citações e outras coisas do gênero. Então, claro, existem verbetes muito confiáveis e de alta qualidade na enciclopédia, mas também há outros não tão bons. Ao invés de proibir o uso da Wikipédia em pesquisas, os professores deveriam ensinar os alunos a como utilizar a plataforma de forma efetiva. Quando os estudantes aprendem a navegar pela Wikipédia, eles têm acesso a uma fonte riquíssima de informação e oportunidade de aprendizado. Na versão em língua portuguesa da plataforma, por exemplo, são 1 milhão de verbetes disponíveis. Para se ter uma ideia de comparação, a enciclopédia inglesa possui apenas 40 mil.
CE: Você diz que a Wikipédia e a Educação têm tudo a ver. Como os alunos podem usar a plataforma em suas pesquisas?
LD: A Wikipédia como uma enciclopédia virtual é uma ótima fonte preliminar de informação. Se você está começando a pesquisar um determinado tópico, poderá abrir a Wikipédia e ter uma visão geral do assunto muito valiosa. Se você precisa de informações rápidas e pontuais como “onde essa pessoa nasceu” ou “qual era sua profissão”, a informação que está lá com certeza é confiável e te servirá perfeitamente. Além disso, há uma série de notas de rodapé e referências que te levam para as fontes primárias e secundárias de pesquisa. É claro que você não deveria colocar a Wikipédia como a bibliografia do seu estudo, pesquisa, mas é um ótimo começo para ter essa visão genérica do assunto e então se aprofundar. No entanto, ela não deve ser sua única fonte de informação. O estudante deve sempre recorrer a outras fontes para ter um quadro mais abrangente do assunto que está investigando.
CE: Como funciona o programa desenvolvido pela Wiki Education Foundation que coloca professores e estudantes universitários para editar verbetes da plataforma?
LD: Começamos o programa em 2010 nos Estados Unidos e, nesses últimos sete anos, temos crescido bastante. Cada vez mais, novos professores universitários aderem ao nosso programa e integram a Wikipédia com as ciências ensinadas em suas salas de aula. Funciona assim: os docentes participantes pedem para que seus alunos adicionem conteúdo a artigos sobre o curso na Wikipédia. Para isso, passam por um treinamento online onde aprendem como utilizar a Wikipédia como uma ferramenta de ensino e então criam uma página de seu curso conosco. Hoje, apoiamos 300 classes nesse modelo, envolvendo cerca de 7 mil alunos do Ensino Superior. Nós, da Wiki Education Foundation, não somos especialista nos assuntos de todas essas classes, mas somos especialistas em Wikipédia e orientamos os professores que, por sua vez, proveem suas expertises nos tópicos e asseguram que os conteúdos adicionados pelos alunos são de alta qualidade e confiáveis. Nesse processo, os alunos também recebem treinamento online e diretrizes para que possam fazer contribuições valiosas para a plataforma. Além disso, temos uma equipe de apoio disponível para responder perguntas que os estudantes possam ter, rever o trabalho deles e assim por diante. Para participar do programa, professores e alunos podem entrar em contato conosco por meio do nosso website.
CE: Quais são os ganhos que os estudantes têm ao participar desse programa?
LD: Os estudantes aprendem pontos-chave para desenvolver habilidades relacionadas à alfabetização mediática, escrita, pesquisa, comunicação online e trabalho colaborativo, pois geralmente eles trabalham em conjunto com colegas. Além disso, ao editar os verbetes, eles têm a chance de interagir com pessoas de toda a parte do mundo. O público de seu trabalho deixa de ser uma pessoa só, o professor, e passa a ser toda a comunidade global, o que é muito mais impactante. Para os professores, os ganhos são alunos muito mais engajados com seu trabalho acadêmico, pois quando estão escrevendo para a Wikipédia não o fazem apenas para conseguir uma nota, mas para ajudar pessoas que realmente vão ler e usar aquilo. Logo, eles costumam despender muito mais tempo e esforço nesse tipo de atividade, pois a julgam útil. A Wikipédia é uma ferramenta de ensino eficaz.
CE: No ano passado, a Wiki Education Foundation desenvolveu o projeto Ano da Ciência. No que consistiu?
LD: Nós nos focamos em melhorar a qualidade da informação sobre Ciências disponível na Wikipédia em inglês. Para isso, lançamos uma campanha para trazer publicidade e atenção para a defasagem de conteúdo nesse tipo de área e convencer os alunos a trabalharem nisso. Conseguimos mobilizar cerca de 6 mil estudantes que editaram quase 5 milhões de conteúdos científicos, o que é equivalente a 3,5 volumes impressos da última enciclopédia britânica. Então foi um impacto gigante que os alunos promoveram na Wikipédia.
CE: Fora isso, houve também um esforço para promover a igualdade de gênero na plataforma. Como foi?
LD: Dentro do Ano da Ciência, queríamos focar também no aumento do número de biografias de mulheres cientistas na Wikipédia em inglês. Com a campanha, fomos capazes de acrescentar 125 novas biografias de mulheres cientistas durante 2016 e o trabalho continua nesse sentido. Fora da área da ciência, temos uma parceria com o Natural Women’s Studies Association, que é uma associação acadêmica nos Estados Unidos que congrega professores que ensinam estudos relacionados à mulheres e gênero, como Gênero e Comunicação e Feminismo. A associação encoraja esses professores a participar do nosso programa, o que é muito importante dado que 90% dos editores da Wikipédia são homens. Essas pessoas estão desenvolvendo um trabalho importantíssimo e ajudando a equipar a cobertura desigual sobre mulheres na plataforma. No nosso programa o cenário já começa a se nivelar, já que 68% dos nossos editores são mulheres.
segunda-feira, 8 de agosto de 2016
I Congresso Brasileiro de Wikipédia recebe propostas de trabalhos até 20 de agosto
Nos dias 13 e 14 de outubro, acontecerá na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) o I Congresso Científico Brasileiro da Wikipédia (I CCBWIKI), com o tema "Wikipédia na disseminação do conhecimento científico". O objetivo do evento é reunir alunos de graduação e de pós-graduação, pesquisadores e profissionais das áreas interdisciplinares para debater o estudo da produção colaborativa e discursiva do conhecimento livre.
Os interessados em apresentar trabalhos podem submeter propostas até o dia 20 de agosto. Serão aceitos resultados de pesquisas na forma de pôsteres, artigos curtos e artigos completos. Confira os detalhes da chamada para submissões. A programação incluirá conferência de abertura, com convidados estrangeiros, apresentações orais de trabalhos, mesas-redondas, lançamento de livros e exposição de banners de pesquisas de alunos de graduação. Mais informações: http://www.wikimedia.org.br/ccbwiki.
Assessoria de Comunicação FAPERJ
quarta-feira, 6 de julho de 2016
Significados
Descubra o que significa, conceitos e definições
O site dos Significados é um repositório de significados, conceitos e definições sobre os mais variados assuntos. Explicam o que é, o que significa e o que quer dizer cada coisa.
quinta-feira, 9 de junho de 2016
WikiCiências
A WikiCiências é uma enciclopédia digital com conceitos de ciência, escrita com rigor científico e didático, e destinada a professores e alunos de todos os níveis de ensino.
Os documentos distribuem-se pelas categorias de biologia, geologia, física, química e matemática.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
Os estudantes de ciência que publicam e revisam artigos da Wikipédia
É obrigação civil de cientistas e educadores aperfeiçoar os artigos da Wikipédia? Essa é uma questão interessante quando consideramos a importância da enciclopédia digital para a educação: o site recebe mais de 8.000 visitas a cada segundo, e seus artigos são, quase sempre, o primeiro resultado de nossas pesquisas no Google.
Leia a matéria completa na Folha de S. Paulo
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
Fantastipédia
A Fantastipédia é uma wiki sobre fantasia e literatura fantástica, criada em 21 de janeiro de 2008. Seu objetivo é oferecer um um espaço para informações confiáveis, em língua portuguesa, sobre lendas, mitos, obras de literatura fantástica e as culturas e contextos históricos nos quais se situaram. Pretende ampliar os horizontes de quem se interessa por esses temas e, em especial, daqueles que se dedicam a escrever sobre mundos de fantasia.
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
A Enciclopédia
Arrisque a navegar pela rede em busca de um tesouro mais valioso e menos efêmero que a simples diversão, busque o tesouro do saber.
por Dyego Emanuel G. Quadros | Jornal da Manhã
Imagem: Internet
Quando era criança e precisava pesquisar sobre determinado assunto seja por obrigação escolar ou por pura curiosidade tinha que me dirigir até uma biblioteca onde eu poderia pesquisar em livro enormes chamados enciclopédias, que tratavam dos mais diversos assuntos. Era muito interessante as vezes folhar as páginas destes livros a sensação era de agregar conhecimento de ter mais conteúdo abrir horizonte a novos assuntos.
Hoje temos milhares de bibliotecas virtuais no mundo todo ao alcance de nosso dedos através da internet, mas quantos de nós utilizamos a internet com este intuito? Recentemente vi uma propaganda de uma empresa que dizia estar levando a internet a crianças que não possuem acesso, e mesmo sem acesso faziam trabalhos maravilhosos e criativos e então perguntava “já pensou o que ela poderia fazer se tivesse internet?”
Esta pergunta me indagou e nossas crianças que tem internet como a estão utilizando? O que estão realizando de espetacular? Tendo muito mais acesso a informação do que grandes cientistas do século passado, a uma grande velocidade e a sua disposição no conforto do seu lar. A pergunta é pertinente pois muitos adultos também não utilizam esta ferramenta para a pesquisa ou aprendizado a internet para a grande massa se resume a entretenimento. Podemos comparar a uma máquina de lavar roupas que é utilizada como balcão, pode até servir muito bem como balcão mas a máquina tem potencial para ser muito mais.
Portanto a dica da coluna desta semana é mergulhar mais profundo nesta maravilhosa ferramenta que nos possibilita ter acesso ao conhecimento de diferentes formas sejam vídeo-aulas, e-book ou pesquisa nos mais diversos canais voltados para o compartilhamento de informações. Arrisque a navegar pela rede em busca de um tesouro mais valioso e menos efêmero que a simples diversão, busque o tesouro do saber.
segunda-feira, 29 de junho de 2015
Esta seria a Wikipédia impressa: mais de 7000 volumes de 700 páginas cada.
O projeto é o artista Michael Mandiberg. Cada livro custa 80 dólares.
Los Andes
Tradução livre
O artista americano e programador Michael Mandiberg fundou o projeto "De Aaaaa! para ZZZap!" que imprime todo o conteúdo da Wikipedia através de um software específico. A enciclopédia completa é de 7600 volumes de 700 páginas cada.
Atualmente, os livros são exibidos na galeria Denny Nova York. Cada cópia de capa dura custa R $ 80 e podem ser comprados através do site de lulu.com .
Mandiberg descreve a iniciativa como um "gesto poético". Além disso, o artista explicou que seu objetivo é mostrar que você não pode transformar a Wikipedia em um objeto material e fixo porque, uma vez impresso cada volume já estará desatualizado.
Los Andes
Tradução livre
O artista americano e programador Michael Mandiberg fundou o projeto "De Aaaaa! para ZZZap!" que imprime todo o conteúdo da Wikipedia através de um software específico. A enciclopédia completa é de 7600 volumes de 700 páginas cada.
Atualmente, os livros são exibidos na galeria Denny Nova York. Cada cópia de capa dura custa R $ 80 e podem ser comprados através do site de lulu.com .
Mandiberg descreve a iniciativa como um "gesto poético". Além disso, o artista explicou que seu objetivo é mostrar que você não pode transformar a Wikipedia em um objeto material e fixo porque, uma vez impresso cada volume já estará desatualizado.
sexta-feira, 19 de junho de 2015
10 perguntas a Jimmy Wales, o fundador da Wikipédia
Wikimedia Commons/Joi Ito
Marina Demartini, de Exame | Info
Amado pelos estudantes da era digital, Jimmy Wales, o fundador da Wikipédia, veio ao Brasil para fazer uma palestra no principal evento de tecnologia bancária do Brasil, a Ciab Febraban.
Durante a conferência, Wales falou sobre seu novo projeto, o The People’s Operator (TPO), uma operadora virtual de telefonia móvel. Segundo ele, o diferencial da empresa é que ela doa 10% do dinheiro pago pelo usuário para instituições de caridade. Além disso, 25% do lucro mensal do TPO é doado para uma boa causa.
Claro que Wales também falou sobre a Wikipédia na palestra. Um dos dados que mais chamou a atenção do público foi a informação de que 87% dos colaboradores voluntários que editam os artigos da Wikipédia são homens. “Nós consideramos isso um grande problema”, disse Wales no evento.
Ele acredita que as mulheres não participam da comunidade, pois a plataforma de edição é voltada para um público mais especializado. “As mulheres nunca foram incentivadas a trabalhar na área da tecnologia e da programação. Por isso, elas não se sentem preparadas para editar os artigos. Mas nós queremos mudar isso", criticou Wales.
Ao site Exame.com, Wales falou sobre plataformas móveis, censura, desenvolvimento da tecnologia nos países em desenvolvimento e o futuro da Wikipédia e da internet. De acordo com ele, atualmente, o Wikipédia está disponível em 287 línguas e é o quinto site mais popular do mundo.
Confira abaixo a entrevista:
A Wikipédia, criada em 2001, já é uma adolescente de 14 anos. Você sempre teve a certeza de que a Wikipédia seria um sucesso?
Bom, eu sempre falo que eu sou uma pessoa patologicamente otimista. Eu sabia que poderia ser algo muito grande, mas nunca imaginaria que a Wikipédia seria o 5º site mais popular do mundo e lido mensalmente por mais de 500 milhões pessoas em todo o planeta.
Como a Wikipédia se adaptou aos smartphones e tablets?
Foi um desafio interessante para nós, pois se tornou uma área de crescimento intenso na Wikipédia. O nosso maior problema foi que, apesar de ser ótimo ler artigos da Wikipédia no smartphone, contribuir com informações (ser um voluntário) a partir do seu smartphone é complicado. É difícil escrever frases e textos longos em um dispositivo pequeno.
Esse é um desafio ainda maior em países em desenvolvimento, pois a maioria das pessoas está começando a utilizar a internet agora e o dispositivo mais utilizado é o smartphone. Assim, a experiência dessas pessoas com os dispositivos móveis é mais focada na leitura e não na produção dessas informações. No entanto, eu acredito que esse é um fenômeno temporário, pois as pessoas não vão parar de usar computadores.
O número de leitores e voluntários aumentou desde o uso intenso dos celulares?
O número de leitores sempre está aumentando no mundo todo. No entanto, o número de voluntários está estável nos últimos anos (cresceu em alguns países e diminuiu em outros). Isso não é um problema para nós, pois nunca foi nosso objetivo ter uma quantidade enorme de voluntários. Nós queremos ter o mínimo de colaboradores para que a comunidade da Wikipédia continue saudável, feliz e bem informada.
A maioria das escolas e universidades no Brasil rejeita o uso da Wikipédia para trabalhos acadêmicos. Qual é a sua opinião sobre isso?
Eu acho que existem dois lados. Nós da Wikipedia acreditamos que, se você está na universidade, você não deveria utilizar a Wikipédia como a fonte principal do seu trabalho. É simples: você está na universidade, você pode fazer muito mais do que isso.
Eu diria a mesma coisa se você utilizasse uma enciclopédia tradicional. Pois, pesquisar algo em uma enciclopédia para escrever um trabalho acadêmico é aceitável para uma criança de 12 anos. No entanto, uma vez que você não tem mais essa idade, você não deveria usar uma enciclopédia ou a Wikipédia dessa maneira.
O que você diria aos professores que rejeitam a utilização da Wikipédia dentro da escola ou da universidade?
Eu diria para os professores que todos os estudantes estão usando a Wikipédia. Assim, o que nós deveríamos ensinar a esses alunos é como usar a Wikipédia e explicar quais são os pontos fortes, os pontos fracos, a maneira certa e a errada de utilizar o site.
Qual é o futuro da Wikipédia?
O que vai melhorar e evoluir dentro da Wikipédia pode ser invisível para o público em geral. Um dos exemplos é o crescimento da Wikipédia em línguas menos conhecidas, como o Guarani. Existem, atualmente, 2.988 artigos na língua Guarani. Assim, se você fala português e inglês, você provavelmente não vai notar essa diferença.
Outro exemplo de mudança é o visual da ferramenta de edição da Wikipedia. Nós estamos trabalhando em um projeto para modernizar essa função para que pareça mais familiar para mais pessoas. Nós queremos diversificar a comunidade que edita e colabora com os artigos dentro da Wikipédia. Essa é nossa prioridade número um.
Existe algum país que censura a Wikipédia? Como vocês lidam com isso?
Vários países em todo mundo censuram a Wikipédia em grande ou baixa escala. Normalmente, eles bloqueiam determinadas páginas em sua rede de internet e isso faz com que ninguém possa ler os artigos que estão nessas páginas.
Como nós lidamos com isso? Nós nunca cooperamos com a censura. Nós nunca fizemos isso e nunca iremos fazer. Segundo, nós pressionamos os governos que querem nos censurar para que eles não bloqueiem a Wikipedia. Nós tentamos conscientizar esses políticos sobre as questões relacionadas à censura ao redor do mundo. Nós fazemos o que podemos, pois o acesso à informação é um direito fundamental de qualquer ser humano e nós não podemos ficar de braços cruzados.
Qual é a sua opinião sobre a evolução da tecnologia da informação em países em desenvolvimento, como o Brasil?
Nós estamos vivendo a diminuição dos preços de certas tecnologias, como os smartphones. Além disso, pessoas em todo o mundo estão experimentando uma banda larga cada vez mais rápida e de boa qualidade. Assim, os preços baixos e a boa qualidade da internet terão um grande impacto na distribuição de informações. Logo, todos os habitantes da Terra terão acesso à internet pelo smartphone, pois eles estão ficando cada vez mais baratos. Grandes exemplos disso podem ser vistos na África.
Qual é a sua opinião sobre o Facebook Lite e outros apps que diminuíram o peso dos gráficos e dados de suas plataformas em dispositivos móveis para os países que não possuem uma internet rápida?
Muitos sites já fazem isso. Na Wikipédia, nós já diminuímos o download de dados pesados para plataformas móveis. O grande problema dos países em desenvolvimento é que os smartphones ficaram baratos, mas a banda larga ainda é muito lenta.
Nós queremos dar as informações básicas para essas pessoas que podem comprar smartphones e não possuem uma internet de qualidade. Para isso acontecer, nós fornecemos artigos e informações sem imagens, com imagens de baixa qualidade ou imagens que aparecem apenas se você clica em determinado lugar.
Além disso, nós criamos o Wikipedia Zero, um projeto que tem o objetivo de fornecer acesso à Wikipédia gratuitamente em telefones celulares, especialmente em mercados emergentes. Nós queremos reduzir as barreiras do acesso ao conhecimento livre e eliminar o custo do acesso a essa informação. Alguns países como a Índia, o Sri Lanka e a Jordânia já utilizam o Wikipedia Zero.
Qual será o papel da tecnologia no desenvolvimento cultural, político e social do mundo?
Nós vivemos em um mundo em que a informação não tem barreiras, ou pelo menos não deveria ter. Eu acredito que a tecnologia é uma ferramenta muito poderosa para nós termos, algum dia, a paz mundial. Se você conhece e é amigo de pessoas que são de outros países, vai ser bem difícil para os líderes mundiais e os políticos lhe convencerem que nós devemos desumanizar ou matar essas pessoas. Assim, a possibilidade de conhecer indivíduos de todo o mundo é algo extremamente poderoso e eu estou otimista de que a tecnologia vai ajudar a trazer paz para o mundo.
Marina Demartini, de Exame | Info
Amado pelos estudantes da era digital, Jimmy Wales, o fundador da Wikipédia, veio ao Brasil para fazer uma palestra no principal evento de tecnologia bancária do Brasil, a Ciab Febraban.
Durante a conferência, Wales falou sobre seu novo projeto, o The People’s Operator (TPO), uma operadora virtual de telefonia móvel. Segundo ele, o diferencial da empresa é que ela doa 10% do dinheiro pago pelo usuário para instituições de caridade. Além disso, 25% do lucro mensal do TPO é doado para uma boa causa.
Claro que Wales também falou sobre a Wikipédia na palestra. Um dos dados que mais chamou a atenção do público foi a informação de que 87% dos colaboradores voluntários que editam os artigos da Wikipédia são homens. “Nós consideramos isso um grande problema”, disse Wales no evento.
Ele acredita que as mulheres não participam da comunidade, pois a plataforma de edição é voltada para um público mais especializado. “As mulheres nunca foram incentivadas a trabalhar na área da tecnologia e da programação. Por isso, elas não se sentem preparadas para editar os artigos. Mas nós queremos mudar isso", criticou Wales.
Ao site Exame.com, Wales falou sobre plataformas móveis, censura, desenvolvimento da tecnologia nos países em desenvolvimento e o futuro da Wikipédia e da internet. De acordo com ele, atualmente, o Wikipédia está disponível em 287 línguas e é o quinto site mais popular do mundo.
Confira abaixo a entrevista:
A Wikipédia, criada em 2001, já é uma adolescente de 14 anos. Você sempre teve a certeza de que a Wikipédia seria um sucesso?
Bom, eu sempre falo que eu sou uma pessoa patologicamente otimista. Eu sabia que poderia ser algo muito grande, mas nunca imaginaria que a Wikipédia seria o 5º site mais popular do mundo e lido mensalmente por mais de 500 milhões pessoas em todo o planeta.
Como a Wikipédia se adaptou aos smartphones e tablets?
Foi um desafio interessante para nós, pois se tornou uma área de crescimento intenso na Wikipédia. O nosso maior problema foi que, apesar de ser ótimo ler artigos da Wikipédia no smartphone, contribuir com informações (ser um voluntário) a partir do seu smartphone é complicado. É difícil escrever frases e textos longos em um dispositivo pequeno.
Esse é um desafio ainda maior em países em desenvolvimento, pois a maioria das pessoas está começando a utilizar a internet agora e o dispositivo mais utilizado é o smartphone. Assim, a experiência dessas pessoas com os dispositivos móveis é mais focada na leitura e não na produção dessas informações. No entanto, eu acredito que esse é um fenômeno temporário, pois as pessoas não vão parar de usar computadores.
O número de leitores e voluntários aumentou desde o uso intenso dos celulares?
O número de leitores sempre está aumentando no mundo todo. No entanto, o número de voluntários está estável nos últimos anos (cresceu em alguns países e diminuiu em outros). Isso não é um problema para nós, pois nunca foi nosso objetivo ter uma quantidade enorme de voluntários. Nós queremos ter o mínimo de colaboradores para que a comunidade da Wikipédia continue saudável, feliz e bem informada.
A maioria das escolas e universidades no Brasil rejeita o uso da Wikipédia para trabalhos acadêmicos. Qual é a sua opinião sobre isso?
Eu acho que existem dois lados. Nós da Wikipedia acreditamos que, se você está na universidade, você não deveria utilizar a Wikipédia como a fonte principal do seu trabalho. É simples: você está na universidade, você pode fazer muito mais do que isso.
Eu diria a mesma coisa se você utilizasse uma enciclopédia tradicional. Pois, pesquisar algo em uma enciclopédia para escrever um trabalho acadêmico é aceitável para uma criança de 12 anos. No entanto, uma vez que você não tem mais essa idade, você não deveria usar uma enciclopédia ou a Wikipédia dessa maneira.
O que você diria aos professores que rejeitam a utilização da Wikipédia dentro da escola ou da universidade?
Eu diria para os professores que todos os estudantes estão usando a Wikipédia. Assim, o que nós deveríamos ensinar a esses alunos é como usar a Wikipédia e explicar quais são os pontos fortes, os pontos fracos, a maneira certa e a errada de utilizar o site.
Qual é o futuro da Wikipédia?
O que vai melhorar e evoluir dentro da Wikipédia pode ser invisível para o público em geral. Um dos exemplos é o crescimento da Wikipédia em línguas menos conhecidas, como o Guarani. Existem, atualmente, 2.988 artigos na língua Guarani. Assim, se você fala português e inglês, você provavelmente não vai notar essa diferença.
Outro exemplo de mudança é o visual da ferramenta de edição da Wikipedia. Nós estamos trabalhando em um projeto para modernizar essa função para que pareça mais familiar para mais pessoas. Nós queremos diversificar a comunidade que edita e colabora com os artigos dentro da Wikipédia. Essa é nossa prioridade número um.
Existe algum país que censura a Wikipédia? Como vocês lidam com isso?
Vários países em todo mundo censuram a Wikipédia em grande ou baixa escala. Normalmente, eles bloqueiam determinadas páginas em sua rede de internet e isso faz com que ninguém possa ler os artigos que estão nessas páginas.
Como nós lidamos com isso? Nós nunca cooperamos com a censura. Nós nunca fizemos isso e nunca iremos fazer. Segundo, nós pressionamos os governos que querem nos censurar para que eles não bloqueiem a Wikipedia. Nós tentamos conscientizar esses políticos sobre as questões relacionadas à censura ao redor do mundo. Nós fazemos o que podemos, pois o acesso à informação é um direito fundamental de qualquer ser humano e nós não podemos ficar de braços cruzados.
Qual é a sua opinião sobre a evolução da tecnologia da informação em países em desenvolvimento, como o Brasil?
Nós estamos vivendo a diminuição dos preços de certas tecnologias, como os smartphones. Além disso, pessoas em todo o mundo estão experimentando uma banda larga cada vez mais rápida e de boa qualidade. Assim, os preços baixos e a boa qualidade da internet terão um grande impacto na distribuição de informações. Logo, todos os habitantes da Terra terão acesso à internet pelo smartphone, pois eles estão ficando cada vez mais baratos. Grandes exemplos disso podem ser vistos na África.
Qual é a sua opinião sobre o Facebook Lite e outros apps que diminuíram o peso dos gráficos e dados de suas plataformas em dispositivos móveis para os países que não possuem uma internet rápida?
Muitos sites já fazem isso. Na Wikipédia, nós já diminuímos o download de dados pesados para plataformas móveis. O grande problema dos países em desenvolvimento é que os smartphones ficaram baratos, mas a banda larga ainda é muito lenta.
Nós queremos dar as informações básicas para essas pessoas que podem comprar smartphones e não possuem uma internet de qualidade. Para isso acontecer, nós fornecemos artigos e informações sem imagens, com imagens de baixa qualidade ou imagens que aparecem apenas se você clica em determinado lugar.
Além disso, nós criamos o Wikipedia Zero, um projeto que tem o objetivo de fornecer acesso à Wikipédia gratuitamente em telefones celulares, especialmente em mercados emergentes. Nós queremos reduzir as barreiras do acesso ao conhecimento livre e eliminar o custo do acesso a essa informação. Alguns países como a Índia, o Sri Lanka e a Jordânia já utilizam o Wikipedia Zero.
Qual será o papel da tecnologia no desenvolvimento cultural, político e social do mundo?
Nós vivemos em um mundo em que a informação não tem barreiras, ou pelo menos não deveria ter. Eu acredito que a tecnologia é uma ferramenta muito poderosa para nós termos, algum dia, a paz mundial. Se você conhece e é amigo de pessoas que são de outros países, vai ser bem difícil para os líderes mundiais e os políticos lhe convencerem que nós devemos desumanizar ou matar essas pessoas. Assim, a possibilidade de conhecer indivíduos de todo o mundo é algo extremamente poderoso e eu estou otimista de que a tecnologia vai ajudar a trazer paz para o mundo.
quarta-feira, 3 de junho de 2015
Enciclopédia da Terra
A The Encyclopedia of Earth (EoE) é uma fonte de informação eletrônica sobre a Terra, seus ambientes naturais, e sua interação com a sociedade. O EoE é uma coleção livre de conteúdo criado por peritos no assunto, profissionais, educadores, profissionais técnicos e outros especialistas que colaboram e revisaram o trabalho. O conteúdo é apresentado em um estilo que pretende ser útil para estudantes, educadores, acadêmicos, profissionais, bem como ao público em geral.
Assuntos abordados
Agricultura
Água
Alimentos
Biodiversidade
Biologia
Ciências Da Terra
Direito ambiental
Ecologia
Energia
Física e Química
Florestas
Geografia
Mineração
Mudanças Climáticas
Poluição
Riscos e Desastres
Saúde
Sociedade e Ambiente
Tempo e Clima
Vida Selvagem
quinta-feira, 19 de março de 2015
Wikivoyage: O guia de viagens que todos podem editar
Inspirado no conceito da Wikipédia, o serviço Wikivoyage foca-se sobretudo nas pessoas que gostam de viajar e que têm pormenores para partilhar sobre as aventuras vividas.
Sapo Tek - Portugal
Especialistas em viagens, esta sugestão é para vocês: o Wikivoyage, uma plataforma para a qual podem colaborar, alimentando uma comunidade de internautas que apreciam visitar novos locais e novas nações.
O projeto também pertence à Wikimedia Foundation, a entidade responsável pela maior enciclopédia online, a Wikipédia.
O serviço destinado às viagens também não abriga qualquer publicidade e não tem um modelo de negócio definido: deverá apenas "desviar" algumas das receitas conseguidas aquando do peditório anual para apoio da Wikipédia.
Quem pesquisar, por exemplo, por Lisboa, encontra referências ao clima da cidade, aos principais bairros históricos, às ligações que existem para a cidade e para fora dela, como destaca ainda dezenas de pontos de interesse.
Este é apenas um exemplo da oportunidade que cidadãos, autarquias e outros organismos têm para promover as suas localidades e bens da região.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
Os Desafios da Confiabilidade da Informação na Produção Colaborativa de Conteúdos: análises na Wikipédia, a Enciclopédia Livre
Ciência da Informação em Revista v. 1, n. 3 (2014)
Sandrine Cristina de Figueirêdo Braz, Edivanio Duarte de Souza
A produção colaborativa tornou-se uma das características mais marcantes da sociedade em rede, dada a possibilidade e a facilidade com que os usuários podem produzir conteúdos e informações. O fato da colaboração nivelar especialistas e amadores naquela produção contribui para que os conteúdos produzidos nessa modalidade sejam questionados, sobretudo, quanto à confiabilidade e à validade dos mesmos. Com bases nesses pontos, este artigo faz uma análise dos elementos que indicam a confiabilidade das informações da Wikipédia, a Enciclopédia Livre. A pesquisa realizada foi empírica, com abordagem qualitativa, tendo como técnica a Análise de Conteúdo (AC). Os resultados alcançados evidenciam que a produção colaborativa de conteúdos na Wikipédia está relacionada a indicadores de confiabilidade que convergem elementos de fontes de informações impressas e digitais. No entanto, o maior desafio dessa fonte de informação é explicitar ainda mais quais são e onde se encontram esses elementos. Os indicadores de confiabilidade das fontes de informação da web, mais precisamente da produção colaborativa, têm a possibilidade de estarem constantemente sendo atualizados, o que é providencial para a confiabilidade das informações.
Clique aqui para o texto completo [pdf / 13p.]
Imagem: Internet
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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
E se a Wikipedia fosse uma galáxia?
Navegar na Wikipedia como se fosse uma galáxia feita de estrelas e planetas que são os artigos da maior enciclopédia do mundo é o que permite um novo buscador. O efeito é impressionante.
WikiGalaxy, que está ainda em fase beta, reúne para já 100 mil artigos da Wikipedia e mostra-os como se fossem estrelas e planetas de uma galáxia imaginária.
O utilizador pode assim viajar entre as fontes de conhecimento como se estivesse no espaço sideral, encontrando (por vezes curiosas) ligações entre os artigos da enciclopédia livre (em inglês).
O programa é da autoria de um estudante de engenharia residente em Paris que, através do projeto Plyfra.Me testa formas "imersivas" de divulgar informação no universo virtual da Internet.
Experimente AQUI navegar na galáxia de conhecimento da Wikipedia.
via Diário de Notícias - Portugal
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terça-feira, 25 de novembro de 2014
Como a Wikipédia virou a fonte mais confiável sobre o Ebola
Projeto capitaneado por médicos controla todas as alterações que são feitas no verbete sobre a doença
Thais Santana | Galileu
Transcrição
Diante do aumento de casos do vírus Ebola, que já provocou a morte de quase 5 mil pessoas no último ano, internautas de todo o mundo estão buscando informações confiáveis sobre a doença. E muitas deles estão recorrendo justamente à Wikipédia, enciclopédia online que já teve sua credibilidade questionada porque seus verbetes teoricamente poderiam ser editados por qualquer pessoa. Só que algumas páginas são mais importantes do que outras, e os verbetes de saúde, por exemplo, só são alterados depois de aprovados pelos participantes do Wikiproject Medicine, uma entidade menos formal dentro da própria Wikipédia que reúne um grupo de editores voluntários interessados no tema saúde.
Só em outubro, o artigo em inglês sobre a "doença do vírus Ebola" teve mais de 6 milhões de visualizações. Em setembro, foram 17 milhões. O médico canadense James Heilman, um dos membros do projeto, está sempre de olho na lista dos artigos médicos mais visualizados da Wikipédia, que é atualizada todo mês. Como editor, só autoriza modificações que tenham fontes confiáveis, como declarações de órgãos internacionais ou importantes livros de medicina. "O número de referências de conteúdos médicos da Wikipédia mais do que duplicou entre 2009 e 2013, para cerca de um milhão."
O Wikiproject Medicine também tem representantes no Brasil. Em outubro, o verbete em português dedicado ao Ebola teve mais de 500 mil visualizações - foram 115 mil só no dia 10, quando um homem foi internado no interior do Paraná com suspeita de ter contraído a doença. Um dos editores voluntários é o estudante de medicina da UFRJ Vinícius Siqueira, de 22 anos: "Conforme melhoramos a qualidade dos artigos em português, a tendência é que a Wikipédia fique cada vez mais inserida no dia a dia dos usuários."
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Bibliotecas de São Petersburgo vão criar "Wikipédia alternativa"
Duas das maiores bibliotecas de São Petersburgo estão desenvolvendo um projeto russo de enciclopédia eletrônica. O recurso deverá se tornar uma alternativa à Wikipédia, que, segundo os autores do atual projeto, contém muitos erros. A Gazeta Russa foi descobrir como será o novo recurso.
Elena Doljenko, especial para Gazeta Russa
Apesar de o futuro recurso de referência informativa sobre a Rússia ter um princípio de funcionamento radicalmente distinto do da Wikipédia, a mídia russa se refere abertamente a ele como a "Wikipédia alternativa" Foto: TASS/Denis Russinov
A Biblioteca Presidencial e a Biblioteca Nacional da Rússia estão preparando um projeto que pretende reivindicar os louros de Wikipédia russa. De acordo com o assessor de imprensa da Biblioteca Presidencial, Valentin Sidorin, os funcionários da instituição não vão escrever o material do zero. Eles pretendem simplesmente organizar, digitalizar e colocar em acesso aberto material que já têm à disposição e que está relacionado com todos os aspetos do desenvolvimento histórico da Rússia.
"Desse modo, iniciamos a criação de uma alternativa à Wikipédia. A análise desta última mostrou que ela não permite a obtenção de informação detalhada e fiel sobre as regiões da Rússia e a vida do país", resumiu Sidorin.
A nova enciclopédia eletrônica será organizada segundo o princípio de biblioteca eletrônica, ou seja, não é qualquer pessoa que poderá fazer ajustes, do mesmo modo que nem todo mundo pode fazer alterações dos conteúdos dos livros.
"Mas poderão complementá-los com outras publicações e propostas. Estamos trabalhando com os leitores, com as pessoas, estamos interagindo ativamente com aqueles que nos propõem novos recursos", concluiu Sidorin.
Alternativa ou apenas mais uma?
Apesar de o futuro recurso de referência informativa sobre a Rússia ter um princípio de funcionamento radicalmente distinto do da Wikipédia, a mídia russa se refere abertamente a ele como a "Wikipédia alternativa". Isso se deve principalmente às declarações do diretor da Biblioteca Nacional, Anton Likhomanov, um dos autores da ideia.
Em abril, ao anunciar a criação do recurso em uma reunião do fórum sócio-pedagógico Educação na Rússia, Likhomanov disse que "o segmento russo da Wikipédia recebe cerca de um milhão de pedidos por hora, mas contém muitos erros e é praticamente impossível de fazer correções nele".
“A Wikipédia é controlada a partir dos Estados Unidos e a qualquer momento podemos ser confrontados com a mesma situação que acabou de passar com os sistemas de pagamento eletrônico Visa e MasterCard”, acrescentou Likhomanov, fazendo alusão ao fato de as sanções ocidentais poderem restringir o acesso dos russos à maior enciclopédia eletrônica.
Embora Likhomanov tenha sublinhado várias vezes que o novo recurso pretendia substituir a Wikipédia, Sidorin argumenta que o projeto não vai lutar nem competir com a Wikipédia. "Nós não estamos tentando substituí-la com o nosso projeto. Queremos, sim, criar uma enciclopédia baseada em fontes confiáveis", diz.
Futuro questionável
O diretor executivo da Fundação Wikimedia (ONG que apoia a Wikipédia na Rússia), Stanislav Kozlóvski, considera absurdo temer sanções ocidentais relativamente à Wikipédia russa.
"A Wikipédia é feita por mais de um milhão de russos sob uma licença livre. Sim, o servidor está nos EUA, bem como na Europa e no Sudeste Asiático. Na Rússia não há servidores. Mas ela de modo algum é controlada pelo governo dos EUA. Em toda a história do recurso, o governo dos Estados Unidos jamais tentou restringir o acesso à enciclopédia", diz.
Segundo Kozlóvski, existem no mundo poucos países que tentam intervir na Wikipédia e um deles é a Rússia.
"Sete artigos completamente inocentes da Wikipédia foram inseridos no registro russo de sites proibidos. Se algum organismo pode bloquear o acesso dos cidadãos à enciclopédia eletrônica, esse organismo será o Roskomnadzor (Serviço Federal de Supervisão das Comunicações, Tecnologia da Informação e Meios de Comunicação) e não o Departamento de Estado dos EUA."
Kozlóvski acrescentou que, sem dúvida, a Wikipédia tem erros. No entanto, existem 45 milhões de pessoas ao redor do mundo fazendo alterações no recurso e corrigindo esses erros diariamente.
Vladímir Kharitonov, diretor da associação de editores online da Rússia, concorda com essa posição.
"O nível de erros da Wikipédia é comparável com o nível de erros da enciclopédia Britannica. Os criadores da enciclopédia eletrônica da Rússia não precisavam reinventar a roda. Eles teriam feito melhor em concentrar seus recursos na melhoria da versão russa da Wikipédia", diz ele.
Ainda mais categórico em suas avaliações sobre a próxima enciclopédia é Ivan Zassúrski, chefe do departamento da nova mídia da Faculdade de Jornalismo da MGU (Universidade Estatal de Moscou). Ele não acredita que o projeto venha a ser implementado.
"Qualquer tentativa de criar uma ‘Wikipédia alternativa’ está geralmente associada ao controle do conhecimento e sua difusão. No entanto, o problema não é saber se a nova enciclopédia será objetiva ou não. Acontece que ela simplesmente não existirá”, diz Zassúrski.
Elena Doljenko, especial para Gazeta Russa
Apesar de o futuro recurso de referência informativa sobre a Rússia ter um princípio de funcionamento radicalmente distinto do da Wikipédia, a mídia russa se refere abertamente a ele como a "Wikipédia alternativa" Foto: TASS/Denis Russinov
A Biblioteca Presidencial e a Biblioteca Nacional da Rússia estão preparando um projeto que pretende reivindicar os louros de Wikipédia russa. De acordo com o assessor de imprensa da Biblioteca Presidencial, Valentin Sidorin, os funcionários da instituição não vão escrever o material do zero. Eles pretendem simplesmente organizar, digitalizar e colocar em acesso aberto material que já têm à disposição e que está relacionado com todos os aspetos do desenvolvimento histórico da Rússia.
"Desse modo, iniciamos a criação de uma alternativa à Wikipédia. A análise desta última mostrou que ela não permite a obtenção de informação detalhada e fiel sobre as regiões da Rússia e a vida do país", resumiu Sidorin.
A nova enciclopédia eletrônica será organizada segundo o princípio de biblioteca eletrônica, ou seja, não é qualquer pessoa que poderá fazer ajustes, do mesmo modo que nem todo mundo pode fazer alterações dos conteúdos dos livros.
"Mas poderão complementá-los com outras publicações e propostas. Estamos trabalhando com os leitores, com as pessoas, estamos interagindo ativamente com aqueles que nos propõem novos recursos", concluiu Sidorin.
Alternativa ou apenas mais uma?
Apesar de o futuro recurso de referência informativa sobre a Rússia ter um princípio de funcionamento radicalmente distinto do da Wikipédia, a mídia russa se refere abertamente a ele como a "Wikipédia alternativa". Isso se deve principalmente às declarações do diretor da Biblioteca Nacional, Anton Likhomanov, um dos autores da ideia.
Em abril, ao anunciar a criação do recurso em uma reunião do fórum sócio-pedagógico Educação na Rússia, Likhomanov disse que "o segmento russo da Wikipédia recebe cerca de um milhão de pedidos por hora, mas contém muitos erros e é praticamente impossível de fazer correções nele".
“A Wikipédia é controlada a partir dos Estados Unidos e a qualquer momento podemos ser confrontados com a mesma situação que acabou de passar com os sistemas de pagamento eletrônico Visa e MasterCard”, acrescentou Likhomanov, fazendo alusão ao fato de as sanções ocidentais poderem restringir o acesso dos russos à maior enciclopédia eletrônica.
Embora Likhomanov tenha sublinhado várias vezes que o novo recurso pretendia substituir a Wikipédia, Sidorin argumenta que o projeto não vai lutar nem competir com a Wikipédia. "Nós não estamos tentando substituí-la com o nosso projeto. Queremos, sim, criar uma enciclopédia baseada em fontes confiáveis", diz.
Futuro questionável
O diretor executivo da Fundação Wikimedia (ONG que apoia a Wikipédia na Rússia), Stanislav Kozlóvski, considera absurdo temer sanções ocidentais relativamente à Wikipédia russa.
"A Wikipédia é feita por mais de um milhão de russos sob uma licença livre. Sim, o servidor está nos EUA, bem como na Europa e no Sudeste Asiático. Na Rússia não há servidores. Mas ela de modo algum é controlada pelo governo dos EUA. Em toda a história do recurso, o governo dos Estados Unidos jamais tentou restringir o acesso à enciclopédia", diz.
Segundo Kozlóvski, existem no mundo poucos países que tentam intervir na Wikipédia e um deles é a Rússia.
"Sete artigos completamente inocentes da Wikipédia foram inseridos no registro russo de sites proibidos. Se algum organismo pode bloquear o acesso dos cidadãos à enciclopédia eletrônica, esse organismo será o Roskomnadzor (Serviço Federal de Supervisão das Comunicações, Tecnologia da Informação e Meios de Comunicação) e não o Departamento de Estado dos EUA."
Kozlóvski acrescentou que, sem dúvida, a Wikipédia tem erros. No entanto, existem 45 milhões de pessoas ao redor do mundo fazendo alterações no recurso e corrigindo esses erros diariamente.
Vladímir Kharitonov, diretor da associação de editores online da Rússia, concorda com essa posição.
"O nível de erros da Wikipédia é comparável com o nível de erros da enciclopédia Britannica. Os criadores da enciclopédia eletrônica da Rússia não precisavam reinventar a roda. Eles teriam feito melhor em concentrar seus recursos na melhoria da versão russa da Wikipédia", diz ele.
Ainda mais categórico em suas avaliações sobre a próxima enciclopédia é Ivan Zassúrski, chefe do departamento da nova mídia da Faculdade de Jornalismo da MGU (Universidade Estatal de Moscou). Ele não acredita que o projeto venha a ser implementado.
"Qualquer tentativa de criar uma ‘Wikipédia alternativa’ está geralmente associada ao controle do conhecimento e sua difusão. No entanto, o problema não é saber se a nova enciclopédia será objetiva ou não. Acontece que ela simplesmente não existirá”, diz Zassúrski.
domingo, 14 de setembro de 2014
Ao infinito e além
Fervoroso difusor da ideia de liberdade de informação para todos, o co-fundador da Wikipedia, Jimmy Wales, se diz extremamente orgulhoso com o impacto da enciclopédia virtual na educação mundial e tem como objetivo atual encorajar a mídia a ser mais séria e expandir as páginas em países em desenvolvimento
Pedro Caiado | Revista da Cultura
Fundada em 2001, a Wikipedia introduziu uma ideia ambiciosa: compilar a soma de todo o conhecimento humano em uma enciclopédia online. Graças a colaborações de voluntários, os Wikipedians, a ideia pegou, principalmente após a tragédia das Torres Gêmeas, de 11 de setembro, quando centenas de páginas foram criadas. Passados 13 anos, o site tornou-se referência mundial para qualquer pesquisa. A própria enciclopédia Britannica decretou seu fim em 2012 após 244 anos como referência. Hoje, é praticamente impossível não esbarrar nas páginas da enciclopédia virtual durante uma rápida consulta ao Google. Mas, com tanta informação disponível online, qual seria o impacto da Wikipedia na educação do planeta?
“A cultura da Wikipedia é apresentar material de qualidade. Isso é parte de quem somos e é o que nos faz ser tão orgulhosos”, disse Jimmy Wales, americano de 48 anos cofundador do site, durante entrevista em Londres. Nativo do Alabama, ele é um fervoroso difusor da ideia de liberdade de informação há mais de uma década. Ex-entusiasta do mercado financeiro, Wales investiu em diversos projetos na era da bolha.com (incluindo um site de pesquisas). Um de seus investimentos, a Wikipedia, logo criou vida própria. Administrada pela Fundação Wikimedia, que tem escritórios em 33 países - como Índia e China (mas ainda não no Brasil) - a enciclopédia tem como objetivo atual focar no próximo bilhão de leitores. Como? “Queremos expandir para páginas de línguas nos países em desenvolvimento”, revela Wales sobre o site que tem páginas até em Latim.
Apesar de fundador, Jimmy não é o típico multimilionário do mundo da tecnologia e passa longe de perfis como os de seus colegas Mark Zuckerberg e Larry Page (Facebook e Google respectivamente). Oficialmente, Wales tem uma fortuna estimada em apenas U$ 1 milhão (Zuckerberg e Page têm fortunas estimadas em torno de U$30 bilhões). Entretanto, Wales se orgulha de deixar o dinheiro de lado. “Sou um geek da computação; viajo e faço coisas interessantes. Não sei o que eu faria se tivesse muito mais dinheiro”, confessa modestamente.
Apesar de ter criado o sexto website mais visitado do planeta, ele não recebe salário da fundação que ajudou a criar. A organização sem fins lucrativos Wikimedia vive de doações - U$50 milhões por ano -, que ajudam a manter os servidores das páginas da enciclopédia e um grupo de administradores e pesquisadores. Não há ações nem acionistas. Se a Wikipedia não fosse uma fundação de caridade, certamente teria um valor de mercado que ultrapassaria bilhões de dólares. “Se o site sofrer problemas de arrecadação, eu consideraria incluir alguma publicidade certamente, mas atualmente não precisamos”, explica ele.
Um errinho aqui, outro ali
Um problema constante enfrentado pela enciclopédia virtual é o vandalismo sofrido por certas páginas e a inserção de dados incorretos. “Normalmente, páginas vandalizadas são trancadas e só podem ser editadas por usuários registrados. Mas não gostamos de trancar páginas de assuntos importantes, como a do conflito da Síria, pois achamos que a Wikipedia é um espaço para diálogo inteligente com base em fontes confiáveis.” Wales é também um editor ativo, ajudando na correção de páginas com informações inexatas.
Perguntado sobre o que pensa da atual realidade em que a internet e a Wikipedia podem contribuir como um desserviço para a educação, Wales é enfático: “Não há dúvida de que há muitas informações erradas na internet. Os jovens são incrivelmente apaixonados pela Wikipedia; vejo isso quando faço palestras em escolas. O que me preocupa atualmente é a mudança de comportamento em relação ao consumo de notícias em que leitores se mostram mais interessados em consumir curiosidades bobas”, rebateu. “Tenho preocupação sobre a qualidade do que está disponível online”, disse ele, defendendo que a exatidão das informações na enciclopédia online pode ser comparada com a da enciclopédia de papel.
Recentemente, alguns casos trouxeram a Wikipedia à frente do noticiário, como o da edição de páginas de jornalistas, feitas de computadores de dentro do Planalto e a controversa selfie de um macaco. O fotógrafo do famoso selfie entrou em disputa com a Wikipedia por direitos autorais - ele afirma que a Wikipedia se recusou a remover a imagem do macaco, levando-o a perdas de direitos autorais. A Wikipedia afirma que a imagem é de domínio público, pois foi fotografada pelo macaco. Wales rebate: “As notícias informando que a Wikipedia afirma que detém os direitos da foto são falsas. Nós não falamos. Os jornais inventaram a notícia. Espero não estar fazendo parte disso. Nós queremos informação de qualidade. Vamos encorajar a mídia a ser mais séria”.
E, para os jornalistas, ele manda um recado: “Está na hora de eles perceberem a importância das notícias que produzem. Muitas delas serão usadas como fontes na Wikipedia. É hora de parar de produzir conteúdo sem sentido, somente para entretenimento passageiro, e olhar de uma maneira séria, pois esse conteúdo será referência para milhões de pessoas por um longo período”. Entretanto, pode-se apontar que a Wikipedia contribuiu também para um ciclo, em que jornalistas se baseiam em seu conteúdo para publicar artigos e frequentemente propagam erros do site também na mídia tradicional. “Deveríamos ficar preocupados com isso, mas temos que alertar as pessoas para serem mais críticas quanto às fontes.”
As causas de Wales
A batalha atual do fundador da enciclopédia virtual é a expansão em países em desenvolvimento. “O número de pessoas conectadas atualmente nestes locais é incrível. Mas ainda há muito problema para acessar páginas online em seus idiomas, pois há poucas informações em algumas delas e esse é o desafio da comunidade. Esse é o desafio mais excitante para mim no momento.”
A recente lei europeia que dá direto ao cidadão de pedir ao Google para apagar informações que julgam errôneas na internet é também uma luta pessoal de Wales. “Essa lei é insana! Nós temos uma situação típica em que políticos incompetentes escreveram uma legislação incoerente sem consideração aos direitos humanos e à parte técnica.” Os pedidos de remoção de dados sob a lei que entrou em vigor em maio deste ano são, na maioria, de pessoas comuns. Desde então, o Google anunciou a criação de um comitê para avaliar a genuinidade destes pedidos, do qual Wales fará parte. “Nós não vamos decidir sobre pedidos de indivíduos, mas vamos emitir recomendações”, disse ele, sem especificar quais.
Hoje, a Wikipedia conta com aproximadamente 35 mil colaboradores voluntários e um número crescente de colaboradores digitais, os bots - programas criados para procurar e sugar conteúdo de outras fontes. Um deles, criado na Suécia por um professor, é responsável por 2,7 milhões de artigos, e muitos deles catalogam espécies de plantas. Atualmente, o site tem 4,5 milhões de páginas em inglês, 835 mil em português e 285 mil em outras línguas. Algumas, como no checheno, tem apenas 50 mil páginas. A língua nigeriana Igbo tem apenas mil, e páginas escritas em latim estão em torno de 100 mil.
9 entre 10 colaboradores são homens
A Wikipedia tem sofrido uma debandada nos últimos anos: o número de voluntários sofreu uma queda de um terço desde 2007, resultando na falta de atualização e criação de páginas. Outro problema é a maioria masculina de voluntários - atualmente em torno de 90%. Páginas como estrelas da pornografia ou do personagem Pokémon são extensas, ao contrário de páginas sobre escritoras famosas ou lugares da África subsaariana, que são ainda restritas. A jornalista de 34 anos Oona Castro é uma das editoras e defensoras da Wikipedia no Brasil. Ela sustenta que a enciclopédia precisa de mais mulheres editoras para aumentar a presença feminina, tanto originária do Brasil quanto do restante do mundo. “É difícil explicar por que há poucas mulheres contribuindo para a Wikipedia. Verbetes sobre mulheres são eliminados por falta de referência externa”, explica. “Mas, ainda assim, acho que o site consegue produzir uma variedade de conhecimento muito maior do que a da mídia tradicional”, afirma.
A Wikipedia em números
454 milhões de leitores no mundo
20,6 milhões de verbetes
13,6 bilhões de páginas vistas por mês
8.371 novos verbetes por dia
100 mil editores voluntários
282 idiomas
573.568 doadores
Pedro Caiado | Revista da Cultura
Fundada em 2001, a Wikipedia introduziu uma ideia ambiciosa: compilar a soma de todo o conhecimento humano em uma enciclopédia online. Graças a colaborações de voluntários, os Wikipedians, a ideia pegou, principalmente após a tragédia das Torres Gêmeas, de 11 de setembro, quando centenas de páginas foram criadas. Passados 13 anos, o site tornou-se referência mundial para qualquer pesquisa. A própria enciclopédia Britannica decretou seu fim em 2012 após 244 anos como referência. Hoje, é praticamente impossível não esbarrar nas páginas da enciclopédia virtual durante uma rápida consulta ao Google. Mas, com tanta informação disponível online, qual seria o impacto da Wikipedia na educação do planeta?
“A cultura da Wikipedia é apresentar material de qualidade. Isso é parte de quem somos e é o que nos faz ser tão orgulhosos”, disse Jimmy Wales, americano de 48 anos cofundador do site, durante entrevista em Londres. Nativo do Alabama, ele é um fervoroso difusor da ideia de liberdade de informação há mais de uma década. Ex-entusiasta do mercado financeiro, Wales investiu em diversos projetos na era da bolha.com (incluindo um site de pesquisas). Um de seus investimentos, a Wikipedia, logo criou vida própria. Administrada pela Fundação Wikimedia, que tem escritórios em 33 países - como Índia e China (mas ainda não no Brasil) - a enciclopédia tem como objetivo atual focar no próximo bilhão de leitores. Como? “Queremos expandir para páginas de línguas nos países em desenvolvimento”, revela Wales sobre o site que tem páginas até em Latim.
Apesar de fundador, Jimmy não é o típico multimilionário do mundo da tecnologia e passa longe de perfis como os de seus colegas Mark Zuckerberg e Larry Page (Facebook e Google respectivamente). Oficialmente, Wales tem uma fortuna estimada em apenas U$ 1 milhão (Zuckerberg e Page têm fortunas estimadas em torno de U$30 bilhões). Entretanto, Wales se orgulha de deixar o dinheiro de lado. “Sou um geek da computação; viajo e faço coisas interessantes. Não sei o que eu faria se tivesse muito mais dinheiro”, confessa modestamente.
Apesar de ter criado o sexto website mais visitado do planeta, ele não recebe salário da fundação que ajudou a criar. A organização sem fins lucrativos Wikimedia vive de doações - U$50 milhões por ano -, que ajudam a manter os servidores das páginas da enciclopédia e um grupo de administradores e pesquisadores. Não há ações nem acionistas. Se a Wikipedia não fosse uma fundação de caridade, certamente teria um valor de mercado que ultrapassaria bilhões de dólares. “Se o site sofrer problemas de arrecadação, eu consideraria incluir alguma publicidade certamente, mas atualmente não precisamos”, explica ele.
Um errinho aqui, outro ali
Um problema constante enfrentado pela enciclopédia virtual é o vandalismo sofrido por certas páginas e a inserção de dados incorretos. “Normalmente, páginas vandalizadas são trancadas e só podem ser editadas por usuários registrados. Mas não gostamos de trancar páginas de assuntos importantes, como a do conflito da Síria, pois achamos que a Wikipedia é um espaço para diálogo inteligente com base em fontes confiáveis.” Wales é também um editor ativo, ajudando na correção de páginas com informações inexatas.
Perguntado sobre o que pensa da atual realidade em que a internet e a Wikipedia podem contribuir como um desserviço para a educação, Wales é enfático: “Não há dúvida de que há muitas informações erradas na internet. Os jovens são incrivelmente apaixonados pela Wikipedia; vejo isso quando faço palestras em escolas. O que me preocupa atualmente é a mudança de comportamento em relação ao consumo de notícias em que leitores se mostram mais interessados em consumir curiosidades bobas”, rebateu. “Tenho preocupação sobre a qualidade do que está disponível online”, disse ele, defendendo que a exatidão das informações na enciclopédia online pode ser comparada com a da enciclopédia de papel.
Recentemente, alguns casos trouxeram a Wikipedia à frente do noticiário, como o da edição de páginas de jornalistas, feitas de computadores de dentro do Planalto e a controversa selfie de um macaco. O fotógrafo do famoso selfie entrou em disputa com a Wikipedia por direitos autorais - ele afirma que a Wikipedia se recusou a remover a imagem do macaco, levando-o a perdas de direitos autorais. A Wikipedia afirma que a imagem é de domínio público, pois foi fotografada pelo macaco. Wales rebate: “As notícias informando que a Wikipedia afirma que detém os direitos da foto são falsas. Nós não falamos. Os jornais inventaram a notícia. Espero não estar fazendo parte disso. Nós queremos informação de qualidade. Vamos encorajar a mídia a ser mais séria”.
E, para os jornalistas, ele manda um recado: “Está na hora de eles perceberem a importância das notícias que produzem. Muitas delas serão usadas como fontes na Wikipedia. É hora de parar de produzir conteúdo sem sentido, somente para entretenimento passageiro, e olhar de uma maneira séria, pois esse conteúdo será referência para milhões de pessoas por um longo período”. Entretanto, pode-se apontar que a Wikipedia contribuiu também para um ciclo, em que jornalistas se baseiam em seu conteúdo para publicar artigos e frequentemente propagam erros do site também na mídia tradicional. “Deveríamos ficar preocupados com isso, mas temos que alertar as pessoas para serem mais críticas quanto às fontes.”
As causas de Wales
A batalha atual do fundador da enciclopédia virtual é a expansão em países em desenvolvimento. “O número de pessoas conectadas atualmente nestes locais é incrível. Mas ainda há muito problema para acessar páginas online em seus idiomas, pois há poucas informações em algumas delas e esse é o desafio da comunidade. Esse é o desafio mais excitante para mim no momento.”
A recente lei europeia que dá direto ao cidadão de pedir ao Google para apagar informações que julgam errôneas na internet é também uma luta pessoal de Wales. “Essa lei é insana! Nós temos uma situação típica em que políticos incompetentes escreveram uma legislação incoerente sem consideração aos direitos humanos e à parte técnica.” Os pedidos de remoção de dados sob a lei que entrou em vigor em maio deste ano são, na maioria, de pessoas comuns. Desde então, o Google anunciou a criação de um comitê para avaliar a genuinidade destes pedidos, do qual Wales fará parte. “Nós não vamos decidir sobre pedidos de indivíduos, mas vamos emitir recomendações”, disse ele, sem especificar quais.
Hoje, a Wikipedia conta com aproximadamente 35 mil colaboradores voluntários e um número crescente de colaboradores digitais, os bots - programas criados para procurar e sugar conteúdo de outras fontes. Um deles, criado na Suécia por um professor, é responsável por 2,7 milhões de artigos, e muitos deles catalogam espécies de plantas. Atualmente, o site tem 4,5 milhões de páginas em inglês, 835 mil em português e 285 mil em outras línguas. Algumas, como no checheno, tem apenas 50 mil páginas. A língua nigeriana Igbo tem apenas mil, e páginas escritas em latim estão em torno de 100 mil.
9 entre 10 colaboradores são homens
A Wikipedia tem sofrido uma debandada nos últimos anos: o número de voluntários sofreu uma queda de um terço desde 2007, resultando na falta de atualização e criação de páginas. Outro problema é a maioria masculina de voluntários - atualmente em torno de 90%. Páginas como estrelas da pornografia ou do personagem Pokémon são extensas, ao contrário de páginas sobre escritoras famosas ou lugares da África subsaariana, que são ainda restritas. A jornalista de 34 anos Oona Castro é uma das editoras e defensoras da Wikipedia no Brasil. Ela sustenta que a enciclopédia precisa de mais mulheres editoras para aumentar a presença feminina, tanto originária do Brasil quanto do restante do mundo. “É difícil explicar por que há poucas mulheres contribuindo para a Wikipedia. Verbetes sobre mulheres são eliminados por falta de referência externa”, explica. “Mas, ainda assim, acho que o site consegue produzir uma variedade de conhecimento muito maior do que a da mídia tradicional”, afirma.
A Wikipedia em números
454 milhões de leitores no mundo
20,6 milhões de verbetes
13,6 bilhões de páginas vistas por mês
8.371 novos verbetes por dia
100 mil editores voluntários
282 idiomas
573.568 doadores
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
Liberdade para mentir
A confiabilidade das informações continua a ser o maior problema da Wikipédia, embora em países como a Grã-Bretanha mais pessoas confiem na enciclopédia on-line (64%) do que nos jornalistas da BBC (61%) e de outros veículos.
Seu método de produção favorece erros, tanto bem quanto mal intencionados, como mostra o exemplo dos verbetes sobre os jornalistas da Globo. Embora seus acertos sejam inúmeros, seus erros são cometidos em escala muito mais ampla do que nas enciclopédias tradicionais, como a Britannica, que é escrita por profissionais remunerados, entre eles experts, acadêmicos e até laureados com o prêmio Nobel.
A fé na “sabedoria das multidões” é outro valor supremo da Wikipédia. Mas a “sabedoria das multidões” pode resultar no desprezo pela voz do indivíduo, inclusive do especialista. E o anonimato pode liberar o lado mais obscuro da natureza humana, como lembra o intelectual Jaron Lanier, que cunhou a expressão “maoísmo digital”.
Leia a matéria completa na Folha de S. Paulo
Seu método de produção favorece erros, tanto bem quanto mal intencionados, como mostra o exemplo dos verbetes sobre os jornalistas da Globo. Embora seus acertos sejam inúmeros, seus erros são cometidos em escala muito mais ampla do que nas enciclopédias tradicionais, como a Britannica, que é escrita por profissionais remunerados, entre eles experts, acadêmicos e até laureados com o prêmio Nobel.
A fé na “sabedoria das multidões” é outro valor supremo da Wikipédia. Mas a “sabedoria das multidões” pode resultar no desprezo pela voz do indivíduo, inclusive do especialista. E o anonimato pode liberar o lado mais obscuro da natureza humana, como lembra o intelectual Jaron Lanier, que cunhou a expressão “maoísmo digital”.
Leia a matéria completa na Folha de S. Paulo
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Enciclopédia da conservação
Página na internet aberta à colaboração dos internautas traz informações sobre todas as áreas de preservação ambiental brasileiras.
Lucas Lucariny | Ciência Hoje On-line
Com 33.800 hectares de cerrado, o Parque Nacional da Serra do Cipó, em Minas Gerais, abriga cânion, cachoeiras e piscinas naturais. O Wikiparques traz um guia completo para a visitação da área. (foto: Frederico Pereira/ Flickr - CC BY-NC-SA 2.0)
O Brasil conta com 69 parques nacionais e centenas de outras unidades de conservação ambiental para proteger sua rica biodiversidade. Os interessados em conhecer um pouco mais esses ‘santuários’ localizados de norte a sul do país têm à sua disposição a página virtual Wikiparques, uma espécie de enciclopédia digital colaborativa com informações gratuitas sobre essas áreas. Criada pela associação O Eco, com apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, a plataforma busca estimular o interesse da população brasileira pela preservação do meio ambiente.
Mapas e explicações de como chegar, possibilidade de visitação, preço dos ingressos, atrações que podem ser encontradas nas unidades de conservação e o tipo de biodiversidade nelas preservada são alguns dos dados disponíveis, que possibilitam aos internautas se informar e, quem sabe, ser despertados a visitar tais locais. Informações técnicas, como a extensão, o tipo de bioma, a fauna, a flora, o clima e o relevo das áreas de preservação, entre outras, também podem ser conferidas na enciclopédia.
A enciclopédia também reúne informações sobre unidades de conservação menos conhecidas, como o Parque Nacional da Chapada das Mesas, no Maranhão. (foto: Otávio Nogueira/ Flickr - CC BY 2.0)
A página lista ainda os problemas e ameaças enfrentados pelas unidades de conservação. Ameaças essas que podem ser de ordem natural, como ocorre no Parque Nacional da Serra do Cipó, em Minas Gerais, que em 2012 registrou o pior incêndio dos últimos 20 anos, causado por queimadas nos períodos de seca; ou provocadas pela ação do homem, como no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, que sofre com a caça ilegal e ocupações irregulares.
Todos os verbetes da enciclopédia podem ser alterados pelos internautas - assim como ocorre na Wikipédia, em que usuários têm o poder de adicionar novas informações e fotos. O site Wikiparques conta ainda com fóruns de discussão, onde é possível debater sobre áreas naturais de todo o Brasil. Na página, já existem 139 verbetes criados por visitantes. Para contribuir, basta fazer um cadastro rápido no próprio site.
Juntas, as áreas de preservação ambiental no Brasil - federais, estaduais, municipais ou privadas - cobrem 1,5 milhão de km², o que corresponde a cerca de 17% de todo o território do país. Hoje, apenas 18 dos 69 parques nacionais brasileiros estão abertos para visitação.
Mas isso pode estar prestes a mudar. Em razão da realização da Copa do Mundo deste ano e das Olimpíadas de 2016 no Brasil, os ministérios do Meio Ambiente e do Turismo anunciaram a liberação de R$ 10,4 milhões para obras de acesso e sinalização em 16 parques nacionais até 2014. A meta é abrir todas as unidades de conservação brasileiras para o público até 2020.
Lucas Lucariny | Ciência Hoje On-line
Com 33.800 hectares de cerrado, o Parque Nacional da Serra do Cipó, em Minas Gerais, abriga cânion, cachoeiras e piscinas naturais. O Wikiparques traz um guia completo para a visitação da área. (foto: Frederico Pereira/ Flickr - CC BY-NC-SA 2.0)
O Brasil conta com 69 parques nacionais e centenas de outras unidades de conservação ambiental para proteger sua rica biodiversidade. Os interessados em conhecer um pouco mais esses ‘santuários’ localizados de norte a sul do país têm à sua disposição a página virtual Wikiparques, uma espécie de enciclopédia digital colaborativa com informações gratuitas sobre essas áreas. Criada pela associação O Eco, com apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, a plataforma busca estimular o interesse da população brasileira pela preservação do meio ambiente.
Mapas e explicações de como chegar, possibilidade de visitação, preço dos ingressos, atrações que podem ser encontradas nas unidades de conservação e o tipo de biodiversidade nelas preservada são alguns dos dados disponíveis, que possibilitam aos internautas se informar e, quem sabe, ser despertados a visitar tais locais. Informações técnicas, como a extensão, o tipo de bioma, a fauna, a flora, o clima e o relevo das áreas de preservação, entre outras, também podem ser conferidas na enciclopédia.
A enciclopédia também reúne informações sobre unidades de conservação menos conhecidas, como o Parque Nacional da Chapada das Mesas, no Maranhão. (foto: Otávio Nogueira/ Flickr - CC BY 2.0)
A página lista ainda os problemas e ameaças enfrentados pelas unidades de conservação. Ameaças essas que podem ser de ordem natural, como ocorre no Parque Nacional da Serra do Cipó, em Minas Gerais, que em 2012 registrou o pior incêndio dos últimos 20 anos, causado por queimadas nos períodos de seca; ou provocadas pela ação do homem, como no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, que sofre com a caça ilegal e ocupações irregulares.
Todos os verbetes da enciclopédia podem ser alterados pelos internautas - assim como ocorre na Wikipédia, em que usuários têm o poder de adicionar novas informações e fotos. O site Wikiparques conta ainda com fóruns de discussão, onde é possível debater sobre áreas naturais de todo o Brasil. Na página, já existem 139 verbetes criados por visitantes. Para contribuir, basta fazer um cadastro rápido no próprio site.
Juntas, as áreas de preservação ambiental no Brasil - federais, estaduais, municipais ou privadas - cobrem 1,5 milhão de km², o que corresponde a cerca de 17% de todo o território do país. Hoje, apenas 18 dos 69 parques nacionais brasileiros estão abertos para visitação.
Mas isso pode estar prestes a mudar. Em razão da realização da Copa do Mundo deste ano e das Olimpíadas de 2016 no Brasil, os ministérios do Meio Ambiente e do Turismo anunciaram a liberação de R$ 10,4 milhões para obras de acesso e sinalização em 16 parques nacionais até 2014. A meta é abrir todas as unidades de conservação brasileiras para o público até 2020.
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