Mostrando postagens com marcador Referência. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Referência. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

‘Eis o Admirável Mundo em Rede’: internet, anonimato, desumanização

A Internet é aquilo que ninguém conseguia prever

Sandro Cantante | Comunidade Cultura e Arte (Portugal)


Na Internet, ninguém sabe se tu és um cão. A frase vem associada a um cartoon da New Yorker (1993), referindo-se ao anonimato que marca as comunicações na Internet e é recuperado por Werner Herzog no seu documentário Eis o Admirável Mundo em Rede ou, no original, Lo and Behold, Reveries of the Connected World (2016). [Eis os Delírios do Mundo Conectado  no Brasil] Contrastando com esta ideia, o informático americano Danny Hillis, um dos muitos entrevistados pelo realizador alemão, relembra os tempos em que havia apenas outros dois Dannys a utilizar a Internet e que ele os conhecia aos dois. A evolução até aos tempos correntes é tão impressionante como inesperada, mas a tarefa de catalogar todos os utilizadores da Internet tornou-se impossível. Esta evolução alterou irremediavelmente o modo como comunicamos, mas considerando factores como a desumanização das interações sociais associada, serão estas mutações sinônimo de progresso?

O físico americano Lawrence Krauss, entrevistado em Lo and Behold, afirma que a Internet é aquilo que ninguém conseguia prever. Os filmes de ficção científica retratavam carros voadores e naves espaciais a explorar o Universo, mas poucos conseguiram imaginar algo que se assemelhasse ao que hoje é a Internet e ao modo como as pessoas comunicam. A busca pelo progresso está hoje no seu pico e muitas são as situações ilustradas por Herzog no seu documentário que demonstram que o ser humano não pretende desistir do aperfeiçoamento do sintético. Torna-se muitas vezes mais fácil dar valor ao veículo da comunicação, seja um computador ou um smartphone, do que ao aspecto humano que se materializa no receptor da nossa mensagem. No momento em que escrevo este texto, num de muitos cafés em Lisboa, das onze pessoas presentes apenas duas estão a ter uma conversa sem ser por meio de qualquer dispositivo. As restantes nove estão fixadas em telemóveis, tablets ou computadores, grupo onde eu próprio me incluo.


Hoje contamos com Facebook, WhatsApp, Skype, Tinder, entre inúmeras outras aplicações e plataformas que permitem conectar instantaneamente com outras pessoas localmente ou em qualquer ponto do globo. No entanto, a desumanização é uma realidade e torna-se mais comum ver um perfil, um avatar ou um simples nome a representar aquilo que é uma pessoa, sendo muitas vezes essa toda a informação que temos acerca dela. Longe está o tempo em que apenas três Dannys navegavam na Internet e se conheciam entre si, quando existia um pequeno livro com poucos centímetros de volume com todos os utilizadores da Internet. Herzog aponta que a desumanização e o anonimato da comunicação validam o ódio e o abuso, indicando o exemplo de uma família americana que recebeu de anônimos fotos da filha decapitada, depois de esta ter morrido num despiste de carro. Se somarmos os vários custos - especialmente morais - e a utilidade das várias possibilidades que nascem da Internet não é tão óbvio que o resultado seja positivo.

Um dos principais conselhos que damos aos mais novos relativamente à Internet é para não acreditarem que toda a gente é quem diz ser. Não é um perigo exclusivo da era digital, mas este é um veículo que facilita a tarefa de quem pretende tirar proveito de um anonimato quase total. Os acessos à Internet são localizáveis, os utilizadores do computador a que acederam também, mas talvez pedir às crianças que localizem o IP das pessoas com quem falam online antes de confiarem seja um conselho demasiado complexo. Dificilmente do outro lado está um cão, como brinca em 1993 a New Yorker, mas facilmente está alguém que não é quem diz ser e esta não é uma situação que afete apenas crianças. A instituição que nos pede dados bancários, que nos partilha a informação acerca do local de uma entrevista de emprego ou que nos indica onde determinado evento vai acontecer pode, com relativa facilidade, ter intenções diferentes das que parecem ser óbvias.


A web está bem viva e nunca como hoje a celebramos tanto, seja através de grandes eventos como a Web Summit ou das vantagens que nos fazem acreditar que tem a mais recente app ou mais um produto inovador. Estamos a explorar a realidade virtual na expectativa de encontrar o que não é possível ver no mundo que nos rodeia e perdemo-nos no que nos surge do outro lado de um ecrã, seja qual for o seu tamanho. Esta é a opinião também de Herzog, que nos mostra o caso de jogadores de videojogos que procuram reabilitação, apresentando casos como o de um casal coreano que deixou morrer o filho bebé por esquecimento, enquanto evoluíam a sua personagem num jogo online. Todos os ganhos que temos deste avanço tecnológico contrastam com as perdas a nível de comunicação e de humanização. Até podia mesmo estar um cão do outro lado do avatar que nos surge num jogo online, na foto de uma rapariga sorridente numa rede social ou no detentor do canal de YouTube que adoramos seguir, mas a verdade é que isso deixou de interessar.

Nos capítulos Life Without the Net e The End of the Net, Hergoz procura perceber como será a vida na eventualidade da Internet deixar de existir. O maior problema é o caráter viciante que está associado ao mesmo, podendo o ser humano não saber como voltar atrás, especialmente no caso de gerações que nasceram já num mundo em que a Internet é uma realidade. O que nos é pedido agora e cada vez mais é que nos adaptemos às novas formas de comunicar ao mesmo tempo que se procuram mecanismos para combater aspectos negativos como os que foram aqui listados. A Internet evoluiu, ultrapassando os limites controláveis que são apresentados por Danny Hillis na forma de uma pequena comunidade digital, sendo esta hoje a realidade de uma percentagem bastante significativa da população global. Podemos estar longe de um mundo onde duas pessoas nunca precisem de se cruzar, mas esse parece ser um dos objetivos últimos que a Internet pretende atingir. Não é um cenário tão difícil de imaginar no futuro que o mesmo café onde me encontro possa ser habitado exclusivamente por pessoas ligadas em rede, recebidas por sistemas computorizados inteligentes. Evolução? Sem dúvida, é fascinante o que conseguimos atingir nas ultimas décadas. Progresso? Dificilmente.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Tesauro em Ciência da Informação


A PUC-Minas e a Universidade Federal de Minas Gerais disponibilizaram um Tesauro em Ciência da informação. O tesauro foi elaborado como parte do trabalho de doutorado de Manoel Palhares, sob orientação da Profa. Dra. Maria Aparecida Moura na Escola de Ciência da Informação da UFMG.

Confira: http://icei.pucminas.br/ci/tci/


Fonte: De Olho na CI

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Glossário Jurídico do STF


O Glossário do Portal Internacional do Supremo Tribunal Federal (STF) é um projeto voltado para o leitor internacional elaborado em português, inglês e espanhol.


O fio condutor do presente trabalho inclui-se na visão de futuro do próprio Tribunal: ser reconhecido como Corte Constitucional referência na garantia dos direitos fundamentais, na moderação dos conflitos da federação e na gestão administrativa.


Seu objetivo é, portanto, apresentar para a comunidade jurídica internacional, de maneira sistematizada e simplificada, o ordenamento jurídico brasileiro, com destaque para o funcionamento do STF.


Dessa forma, os verbetes são advindos não apenas da legislação, como também da jurisprudência do próprio STF. A partir de definições simplificadas, os vocábulos estão ainda correlacionados por um padrão de hiperlinks, que buscam facilitar a compreensão do termo buscado, a partir de um campo semântico comum.


Necessário lembrar que os vocábulos aqui citados são válidos apenas como fonte de informação, não produzindo efeitos legais ou jurídicos.


Caso deseje sugerir algum verbete, entre em contato através do e-mail ain@stf.jus.br.




quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

ABL lança ‘Vocabulário’ em site da internet

Aos 113 anos, a Academia Brasileira de Letras (ABL) alia tradição e modernidade, seguindo o caminho indicado por seu primeiro presidente, Machado de Assis. Este ano, sob o comando de Marcos Vilaça, a instituição lançou uma versão digital do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), referência brasileira oficial de grafia.

O Volp digital pode ser consultado gratuitamente no site da instituição ( www.academia.org.br ) e traz as cerca de 350 mil palavras impressas nas 878 páginas da versão física da obra. O banco de vocábulos na internet é o mesmo da quinta edição do Vocabulário, lançado no ano passado, com a grafia atualizada de acordo com as regras da reforma ortográfica.

Fonte: Pioneiro

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Google lança dicionário próprio com expressões e citações

O gigante das buscas na internet Google resolveu entrar silenciosamente no setor dos sites de referências e lançou o Google Dictionary, recurso que traz definições, sinônimos, expressões usadas e citações em quase 30 línguas. Junto com as definições da base de dados do próprio Google, o recurso fornece também uma lista de definições extraídas de diversas fontes da internet, entre elas a Wikipedia.

Segundo o blog de tecnologia do Los Angeles Times, o primeiro a descobrir a nova página do Google, um dos principais recursos, para quem está registrado, é poder marcar uma palavra para usar em uma referência futura. É possível também buscar nas pesquisas recentes e passar para os recursos de tradução (diferentes do Google Translate) ou dicionários de outras línguas.

Empresas de dicionários online esperavam há muito por mais esta investida do Google. No entanto, o dicionário provavelmente ainda está em fase de testes e a empresa ainda deve adicionar mais ferramentas ao serviço. Confira os novos recursos no endereço www.google.com/dictionary.

Fonte: Terra

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

15 sites de aprendizagem


O Google é o melhor amigo do internauta, e o pior inimigo também . Basta escrever o que procurar na caixa de pesquisa e de imediato o Google apresenta-lhe inúmeros sites com a informação que procura. Aqui é que reside o problema esses site apresentados pelo Google podem não ter qualquer relevância para nós! por isso apresento aqui hoje uma lista dos melhores sites de aprendizagem com a autoria da revista PC Plus , uma lista que fará parte de um conjunto de artigos com outros sites de relevância, que aconselho a guardar nos favoritos porque um dia vão ser sites muito úteis!

eHow
Se você estiver em dúvida sobre como fazer algo, visite o eHow. Desde como polir o seu carro até como mudar de ISP, o site não se acanha em temas difíceis. Pode aprender a recusar educadamente um pretendente amoroso, por exemplo. A variedade de tópicos é surpreendente neste site pode aprender a fazer de tudo!.

Cozinhar para engenheiros
Se tem uma mente cientifica este site é prefeito para si, torne as suas asneiras culinárias e autênticos petiscos!, siga as intrusões de o que fazer com ovos mal cozidos,o resultado final se parece muito saboroso.

A CIA World Factbook
Se você está procurando um guia de viagens brilhante com fotografias indulgente ou descrições floreadas de pontos de vista e listas de boutiques, procure em outro lugar. Este site é sobre todos os factos reais. Todos os Estados-nação são perfilados, contém dados sobre tudo, desde a mortalidade infantil ao tamanho da população.

Wikia
Apesar de conter toda a informação da Wikipédia, a Wikia consegue ser ainda mais completa. Se você é apaixonado por aqueles guias super detalhados de aspectos culturais a Wikia é o que você procura. Dê uma olhada no Star Wars, o Star Wars wiki, por exemplo, possui mais de 70.000 artigos, e todos eles são obsessivamente mantidos.

Dictionary.com
Não há muito mistério sobre este site ele faz o que propõem, trata-se de um dicionário online, muito melhor do que procurar por uma palavra no Google, O Dictionary.com irá furnecer varios detalhes sobre a palavra procurada e ao registar-se irá receber todos os dias uma palavra do seu email.

Newsmap

O Newsmap utiliza o feed do Google News para obter a noticias e artigos mais importantes do momento marcando-as com cores e com maior o menor tamanho consoante a sua importância, é prefeito para saber o que se passa no mundo das noticias.

Genuki

A Genealogia tornou-se quase uma obsessão mundial nos últimos anos. Se gostava de descobrir os seus antepassados ou se o seu património está ligado com a agricultura ou com a aristocracia, GENUKI é o lugar para começar.

Brainy Quote

Veja aqui as frases mais celebres e famosas de todos os tempos, basta memorizar algumas para numa conversa dar um ar de intelectual e culto.

What Should I Read Next

Gosta de um determinado livro ou escritor e desejava encontrar algo semelhante? Este site irá recomendar um bom livro para você ler. Este site não é de qualquer editora, assim você deve obter uma recomendação bastante imparcial.

Nation Master

Este site é o sonho de qualquer estatístico. É repleto de todos os tipos de dados numéricos sobre centenas de países, do Burundi a Bélgica. Você sabia que em cada 1,1 milhões de pessoas no Turcomenistão é um grande mestre de xadrez?. Entre neste site e veja o que mais você pode descobrir.

FFFBI

Bonito e inteligente, The Fin, Fur and Feather Bureau of Investigation visa ensinar as crianças sobre a resolução de problemas e pensamento crítico. Ambos são essenciais para a vida nesta era dos computadores, e que melhor maneira para se aprender tais habilidades do que se tornar um espião para uma agência de detectives animais.

NASA TV

Se você tem uma mente curiosa, ver a NASA TV é uma necessidade. Pode ver caminhadas espaciais e tudo o resto ao vivo, dando-nos uma visão sobre a vida de um astronauta.

Acronym Finder

Se tem uma sigla e não sabe o que significa o Acronym Finder pode ser a solução, ele contém uma base de dados de siglas e ira certamente descobrir o que a sua quer dizer!

Flash Earth


Este fantástico site permite explorar a Terra usando múltiplas fontes de dados de mapeamento, todos controlados através de uma única interface. Um imperativo para todos os geógrafos e voyeurs de alta altitude.

PopURLS
PopURLS dá-lhe um apanhado do que está sendo dito nos maiores sites de notícias sociais, exibindo uma tabela de manchetes em (quase tempo real). Se é vanguardista, isto é para si.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

sites úteis - enciclopédias



Academia Brasileira de Letras
Mantém um catálogo com mais de 500 autores nacionais. É também o portal de acesso ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, que registra a forma oficial da grafia das palavras.

Biblioteca Digital da Unicamp
Acervo de teses e dissertações com mais de 20.000 mil documentos.

Biblioteca Nacional
Acervo com mais de dois milhões de títulos sobre Administração, Literatura, povos indígenas, ciências...

Biographical Dictionary
Breves biografias com nome, profissão e datas de nascimento e morte de 28 mil personalidades.

Biography.com
Biografias de 25 mil personagens históricos e do presente, contendo a data de nascimento de cada um deles.

Bushido Online
Apresenta um glossário com termos relacionados às artes marciais; bushido significa à maneira do guerreiro.

Catholic Encyclopedia
Versão digital de uma extensa enciclopédia sobre o catolicismo publicada no início do século XX.

Enciclopédia Portuguesa de Direitos Humanos
Compilação de textos jurídicos sobre o tema e sobre o papel das Nações Unidas e da União Européia.

Encyclopaedia Britannica
Contém os 32 volumes dessa enciclopédia. O conteúdo completo é pago.

Encyclopaedia of the First World War
Contém batalhas, heróis, armas, cronologia, estatísticas e até táticas da Primeira Guerra Mundial.

Encyclopedia.com
Apresenta 57 mil verbetes da sexta edição da Columbia Encyclopedia. Links levam a textos de revistas e jornais e a ilustrações.

Encyclopedia Mithica
Especializado em mitologia, este site define deuses, seres supernaturais, monstros e outras lendas.

Epicurious Wine Dictionary
Dicionário com 3.500 verbetes sobre uvas, regiões onde se produz vinho e variações da bebida.

Fact Monster
Almanaque, atlas, dicionário e enciclopédia em formato adequado para crianças. Em inglês.

Guinness World Records
Alguns dos recordes mundiais do célebre almanaque Guinness.

How Stuff Works
Saiba como funcionam objetos, fenômenos da natureza e instituições sociais.

Instrument Encyclopedia
Interessante iniciativa, com fotos e explicações sobre instrumentos de todo o mundo.

Internet Archive
Dedicado a registrar a evolução da Internet, este catálogo já possui mais de 10 bilhões de páginas.

Information Please
Reúne almanaques sobre áreas variadas, como ciência, esportes e história.

JewishEncyclopedia.com
Enciclopédia judaica com cerca de 15 mil verbetes escritos entre 1901 e 1906.

Mithos
Em português, traz personagens mitológicos africanos, árabes, grecorromanos, entre outros.

MSN Learning & Research
Oferece parte do conteúdo da enciclopédia digital da Microsoft, a Encarta.

Ponteiro
Fácil de usar, este guia indica fatos importantes que aconteceram em cada dia do ano.

Portugal - Dicionário Histórico
Apresenta fatos e pessoas importantes na história de Portugal. Em sete volumes organizados entre 1904 e 1915.

Quotations Page
Reúne cerca de 18 mil citações de 2.300 romancistas, pensadores e políticos, organizadas por autor ou assunto.

Skeptic's Dictionary
Apresenta crenças e ideias fornecendo dicas de como pensar criticamente sobre elas.

Symantec Security Response
Enciclopédia de vírus digitais e alarmes falsos. Oferece dicas de como identificá-los e precaver-se.

Symbols.com
Mostra e explica mais de 2.500 símbolos, de ideogramas da Antiguidade ao ejetar do videocassete.

The Devil's Dictionary
Discorre sobre os termos relacionados com uma visão politicamente incorreta. O texto original foi escrito em 1911.

Webopedia
Dicionário de informática e tecnologia da informação que também indica links para obter mais informações.

Wikipedia
Iniciativa internacional para montar uma enciclopédia aberta. Já são 151 mil verbetes em inglês e, em português, apenas 1.500.

Fonte: FGV

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Mapas abertos

Exemplares da coleção do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, tombados pela Justiça, serão digitalizados e publicados na internet em Projeto Temático conduzido por pesquisadores do IEB-USP (reprodução)


Por Fábio de Castro
Um projeto realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) vai garantir acesso universal a uma importante coleção particular de mapas antigos e, ao mesmo tempo, criar soluções para desafios impostos à cartografia histórica pelas novas tecnologias de digitalização.

Em 2006, a coleção de obras de arte e documentos raros de Edemar Cid Ferreira - um dos maiores acervos particulares do tipo no mundo - foi tombada pela Justiça Federal durante o processo contra o ex-banqueiro. Parte da coleção, contendo cerca de 380 mapas antigos, além de gravuras e textos de cordéis, ficou sob custódia temporária do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP.

A fim de garantir o acesso público aos mapas, a equipe do Laboratório de Estudos de Cartografia Histórica (Lech) - núcleo operacional do Projeto Temático “Dimensões do Império Português”, apoiado pela FAPESP - tem desenvolvido um projeto de construção do Banco de Cartografia Histórica Digital, que terá acesso aberto pela internet. O banco terá mapas digitalizados da coleção do Banco Santos, do IEB e da Biblioteca Mindlin.

De acordo com a coordenadora do Lech, a professora Iris Kantor, do Departamento de História da USP, desde que o IEB obteve a custódia da coleção do banco (que teve falência decretada em 2005), o grupo tem se dedicado a restaurar, catalogar e digitalizar os mapas. Iris descreveu o projeto durante palestra apresentada no dia 18/6, no seminário Livros, Leituras e Novas Tecnologias, no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na capital paulista.

“Ainda persiste a possibilidade de que as peças sejam requisitadas para quitar dívidas deixadas pelo banco. Por isso, fizemos a digitalização dos mapas a toque de caixa, a fim de garantir que a coleção tenha uma destinação pública, com acesso universal”, disse Iris à Agência FAPESP.

Segundo ela, o Temático, coordenado pela professora Laura de Mello e Souza - também do Departamento de História da USP -, teve início com a aquisição da base cartobibliográfica do almirante Max Justo Guedes, em 2005, antes mesmo do tombamento da coleção de Ferreira.

“Essa base, que serviu de inspiração para o projeto, consiste em cadernos de notas de mais de 60 anos de pesquisas feitas pelo almirante sobre cartografia histórica. Quando recebemos essa doação buscamos apoio da FAPESP e, em seguida, conseguimos a custódia da coleção do Banco Santos. O principal produto do Projeto Temático será uma base de dados digital que integrará mapas e referências bibliográficas”, explicou.

Iris conta que, ao ser recebida em 2006, a coleção do Banco Santos precisou ser tratada durante um ano pelos técnicos do IEB, para restauração e higienização. “Esses documentos estavam em péssimo estado, em um galpão, quando foram recolhidos pela Polícia Federal. Em seguida, o IEB digitalizou os mapas e o projeto teve início”, disse.

Segundo ela, no entanto, apenas um terço da coleção pertencente ao banqueiro chegou de fato à USP. O paradeiro do restante dos documentos é desconhecido. “Agora, corremos o risco de perder a coleção, assim como as outras unidades da USP que receberam partes do acervo. Vamos lutar para mantê-lo, já que a universidade investiu muito no acondicionamento e no restauro das obras. Mas o mais importante é que os estudiosos terão o acesso digital garantido”, afirmou.

Biografia social dos mapas
Além dos pesquisadores ligados ao projeto, a equipe envolvida com o Lech inclui pesquisadores do IEB, da Biblioteca Brasiliana, do Centro de Informática de São Carlos (Cisc) - também da USP -, além de parcerias com o Sistema Integrado de Bibliotecas da USP, a Cátedra Jaime Cortesão, o Centro de Documentação do Atlântico (Cenda) e outros centros.

“O projeto trabalha com a formação do imaginário imperial português. Estudamos qual é o papel dos mapas na construção da imagem dos territórios coloniais na Europa. E como as imagens são suporte dessas identidades imperiais. O objetivo é estudar o papel dos mapas na cultura imperial e na sua expansão sob o ponto de vista do pensamento”, disse Iris.

Segundo ela, a revolução tecnológica que permite a digitalização dos mapas cria uma tensão com a dimensão crítica da cartografia histórica. “Com os dados sendo despejados na internet livremente, é preciso ter senso crítico ao tratá-los. Existe cada vez mais necessidade de ter esses mapas associados a informações fidedignas que permitam interpretar o contexto social em que foram produzidos. Por outro lado, a disponibilização das obras digitalizadas cria novos desafios e campos de trabalho para os pesquisadores”, apontou.

O Projeto Temático, de acordo com a historiadora, pretende criar uma base de dados relacional capaz de se articular a outras fontes nacionais e internacionais.

“Queremos produzir uma mapoteca digital, com uma ferramenta de busca articulada com outras bases de dados de natureza tecnocientífica. Além das imagens cartográficas, o banco de dados disponibilizará uma cartobibliografia com verbetes preparados por consultores escolhidos pelo projeto”, disse.

A ideia, segundo Iris, é fazer uma “biografia” de cada mapa, inscrevendo-os em contextos sociais mais amplos. “Pretendemos superar as interpretações autorreferentes. O usuário terá ao seu alcance não apenas a imagem, mas o contexto que permitirá localizá-la na história da cartografia”, afirmou.



Fonte: Agência Fapesp

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Raridade on-line

Por Thiago Romero

O primeiro dicionário da língua portuguesa foi inteiramente digitalizado por alunos e docentes do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo (USP) e já está disponível para consulta pública e gratuita na internet.

O trabalho de digitalização, que durou cerca de um ano e meio, contou com apoio financeiro da Biblioteca Guita e José Mindlin. Trata-se do Vocabulário portuguez e latino, de autoria do padre Raphael Bluteau (1638-1734), que nasceu em Londres e mudou-se para Portugal em 1668.

Os primeiros oito volumes que compõem o dicionário foram publicados ao longo de dez anos: volumes 1 e 2 em 1712, volumes 3 e 4 em 1713, volume 5 em 1716, volumes 6 e 7 em 1720 e o volume 8 em 1721. Juntaram-se a esses oito volumes dois suplementos publicados entre 1727 e 1728, contendo mais de 5 mil vocábulos que não constavam nas edições anteriores.

Para padronizar as relações entre as ciências humanas e as tecnologias da informática, o projeto incluiu ainda a criação de um sistema de busca, em que o usuário pode procurar uma palavra tanto com base na ortografia atual como naquela empregada no século 18.

“O dicionário é composto por cerca de 43,6 mil verbetes. Um exemplo é a palavra açúcar, que na época se escrevia ‘assucar’. Além de poder encontrar esse vocábulo por meio dessas duas formas, o usuário pode buscá-lo com acento e sem acento”, disse a coordenadora do projeto Dicionários no IEB, Márcia Moisés Ribeiro, à Agência FAPESP.

“O sistema de busca permite ainda a navegação pelo dicionário por meio de cada letra do alfabeto”, conta. O projeto Dicionários no IEB tem como objetivo disponibilizar em versão digital dicionários de difícil acesso ao grande público.
Segundo a historiadora, esse tipo de iniciativa contribui para a preservação da obra enquanto documento raro, permitindo a maior divulgação do patrimônio cultural da língua portuguesa na rede mundial de computadores.

“Além de evitar o excessivo manuseio das obras raras, esse tipo de projeto permite o encurtamento das distâncias, gerando uma economia para as pesquisas com o deslocamento dos profissionais, principalmente nas ciências humanas como história, sociologia e letras", afirma.

A idéia de digitalizar o Vocabulário portuguez e latino, conta Márcia, surgiu em outro projeto de digitalização de obras raras, o Brasil Ciência, desenvolvido no Instituto de Estudos Brasileiros da USP, entre 2002 e 2006, com apoio da FAPESP na modalidade Jovem Pesquisador.

“A proposta do Brasil Ciência foi digitalizar obras dos séculos 17 e 18 relacionadas ao pensamento científico brasileiro. O resultado foi a elaboração de um banco de dados digital com cerca de 800 documentos e 120 livros raros na íntegra, que também estão disponíveis no site do IEB para consulta pública e gratuita”, afirma a historiadora.

No âmbito do projeto Dicionários no IEB, Márcia explica que os próximos a serem trabalhados são os dicionários o Tesoro de La Lengua Guarani (1639), de Antonio Ruiz Montoya, o Diccionario Histórico e Documental (1899), de Souza Viterbo, e o Diccionario da Lingua Portuguesa (1813), de Antonio de Morais Silva.

“A digitalização dessas obras deve começar em maio e deverão estar on-line em um prazo de aproximadamente seis meses”, prevê.

Mais informações: www.ieb.usp.br

Fonte: Agência Fapesp


"A história é uma galeria de quadros onde há poucos originais e muitas cópias" Charles Tocqueville

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Dicionário de graça na internet busca patrocínio

Em 40 dias, foram feitos mais de 120 mil downloads do Dicionário da língua portuguesa Caldas Aulete, de 280 mil verbetes, da editora Lexikon Obras de Referência. O arquivo, oferecido de graça, está em primeiro lugar entre os dez conteúdos mais "baixados" do site Baixa Tudo, do portal Globo. Para Carlos Augusto Lacerda, proprietário do selo editorial, a demanda mostra que o caminho é esse. O empresário não parece incomodar-se com os concorrentes da obra. O Novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, da editora Positivo, com 435 mil verbetes nas versões impressa e em CD-Rom, sai por cerca de R$ 236. Já o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, da editora Objetiva, com 228 mil verbetes na versão impressa, custa R$ 330

Fonte: Valor Econômico - 04/10/2007 - Tainã Bispo

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Google lança planetário virtual


Google Sky permite ver milhares de estrelas de qualquer ponto da Terra.


Jonathan Flides - BBC

- Um novo programa que pode ser incorporado ao Google Earth, o atlas virtual interativo da Google, permite que internautas observem 100 milhões de estrelas individualmente e 200 milhões de galáxias.

O objetivo do Google Sky é possibilitar que se observe constelações de qualquer ponto da Terra, mesmo daqueles em que as estrelas, na vida real, sejam praticamente invisíveis.

"O excesso de luz e a poluição do ar em alguns lugares é tão grave que, ao olhar para o alto, só é possível ver poucas estrelas. Se isso (o Google Sky) ajudar as pessoas a perceber o que estão perdendo, será uma coisa supimpa", disse o astrônomo John Mason, da maior associação de astrônomos amadores da Grã-Bretanha.

Entre os recursos opcionais do Google Sky estarão ferramentas para criar animações dos ciclos lunares ou navegar pelas imagens do Hubble, o telescópio espacial da Nasa (agência espacial americana).

"A idéia é virar o Google Earth de cabeça para baixo, ou seja, em vez de usar as imagens da Terra, você pode usar o programa para ver o céu", explicou à BBC o especialista em tecnologia geoespacial da Google, Ed Parsons.

Os astrônomos internautas podem escolher qualquer área da Terra da qual queiram observar o céu. Com um clique, o planeta vai girar e as constelações vão estar orientadas de acordo com o ponto de vista escolhido.

As imagens do sistema são fornecidas por seis instituições de pesquisa, entre elas, o Consórcio Pesquisa Digital do Céu (DSSC, na sigla em inglês); o Observatório Palomar, na Califórnia; e o Centro de Tecnologia Astronômica da Grã-Bretanha.

Para ler a matéria completa, clique aqui.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Os enciclopedistas franceses rolam nos túmulos




Ana Elisa Ribeiro


Ilustração de Guga Schultze


Enciclopédia é uma palavra que vem do grego. Trata-se de alguma formulação assim como "conhecimento circular ou geral". Quem diz isso é um outro livrão, também de consulta, chamado dicionário. Ambos são resultado de alta tecno logia. O empolgado filósofo Pierre Lévy diria que são, de alguma forma, "tecnologias da inteligência". O que quer dizer isso?

Uma tecnologia da inteligência é um dispositivo que, de alguma maneira, tenta reproduzir, simular ou converter o processo mental humano em produto. Mais ou menos assim como a invenção de algumas máquinas foi proposta como forma de representar o pensamento humano, que, segundo alguns, funciona por associação. Na Internet, quando leio a palavra "jornal" e ela está marcada como link, posso clicar nela e cair em algo associado a isso. Inclusive a uma imagem ou vídeo. Essa associação entre idéias representada por um sistema é uma tecnologia da inteligência.

Atualmente, a natureza das técnicas nos permite dar passos mais largos do que em outros tempos, mas é meio esquisito comparar, como se fossem irmãs, tecnologias de naturezas e épocas muito diferentes. É improdutivo e pouco esclarecedor falar do bisavô em relação ao bisneto como se fossem irmãos. O que quero dizer é que são linhas completamente diferentes nas relações de parentesco, certo? A linha reta dos irmãos ou dos filhos quanto aos pais forma um contexto bem diferente da linha muito mais difusa entre bisavôs-tios e primos de quarto grau. No entanto, todos eles formam um sistema em que uns não existiriam, em alguma medida, sem os outros.

A enciclopédia de papel, idealizada por intelectuais franceses alguns séculos atrás, foi alta tecnologia. Não apenas porque era um projeto pretensioso, mas também porque dependia de uma organização muito grande, inclusive com remissões internas e recursividade. Múltiplas reedições razoavelmente constantes. Caber todo o conhecimento do mundo em algum lugar é tarefa para Hércules, mas essa idéia permeou muitos projetos da humanidade. Muito embora a maioria deles não fosse exatamente para todos os humanos.

Para embaçar um pouco a cena, é só pensar o seguinte: quando um grupo de seletos senhores resolve empreender um livrão em que se coloque todo o conhecimento do mundo, quem elegerá esse "conhecimento"? Que coisas devem ser postas ali? Quem lerá essa livro? Para quem ele será escrito?

A idéia é muito boa, mas a natureza das técnicas não permitia que ela fosse levada a cabo com dinamismo e custo ideais. No entanto, com a relativa democratização do livro e da alfabetização, as enciclopédias tornaram-se comuns, inclusive nas estantes das casas de muitas pessoas. Durante longo tempo, as coleções foram fonte de pesquisa para toda a gente, especialmente para os estudantes.

Pesquisar a Barsa ou a Mirador fazia parte do plano óbvio da minha geração no ensino básico. Nem sei quantas vezes copiei os verbetes de plantas, abelhas e cientistas famosos. A fonte era forte, gozava de credibilidade. Dizer que tirou a vida de Galileu da Barsa dava valor de verdade à informação.

A cópia era a face escura do problema. (Sim, problemas têm faces claras). A escrita automática de textos alheios era comum e aceitável. O professor dava nota máxima a todos aqueles 30 ou 40 trabalhos idênticos. E essa prática ainda é comum porque o conceito de pesquisa vigente na escola era sinônimo de uma penosa leitura sem aplicação ou de um torturante modo de responder a uma questão ampla demais. Eram incomuns (e ainda são) a problematização, a reflexão e a busca por respostas a problemas que não estivessem mastigados nas páginas de algum livro.

Chegaram os anos 1990 e, com eles, a relativa popularização do computador e da Internet. (Atentem para o "relativa"). Junto com essas novas técnicas de fazer as mesmas coisas, vieram as tecnologias de inteligência para buscar e acessar informação. Jeitos mais rápidos e mais precisos de achar verbetes, conceitos, significados. Mas quem dá sentido a isso tudo? O leitor. Bom e velho leitor. Que jamais teve que ser tão seletivo, já que os filtros foram quase todos desativados e ganharam outras funções.

Se as enciclopédias de papel eram escritas por senhores doutores e editadas por celebridades do mundo intelectual, os análogos digitais não passam por esse processo. Não exatamente. Podem ser feitas com as mesmas estruturas, mas podem, agora, ser abertas à intervenção do leitor/"usuário". Já não gozam, de forma automática, de tanta credibilidade e nem sofrem muito com cortes editoriais. Quem dá aos verbetes notas mais baixas ou mais altas é a própria assistência, que precisa estar disposta a colaborar.

Num círculo meio estonteante, trata-se de uma discussão que até as histórias em quadrinhos já levantaram: who watches the watchmen?, quem "vigia" os vigias?, quem cuida do que será dito? Isso valia para os livros de papel e continua valendo.

A cópia, firme e forte, está aí. Agora menos penosa, bem menos torturante do que manuscrever 4 ou 5 páginas de letra miúda, em colunas apertadas. Nova técnica para fazer as mesmas coisas. Sobra mais tempo, hoje, para jogar videogame. O professor, fazendo a mesma coisa, dá nota para 30 ou 40 trabalhos iguais, tirados dos mesmos sites. Não porque os alunos ajam de má-fé, porque nem todos são crápulas, mas porque a idéia do que seja pesquisar, de fato, ainda não mudou.

Lembro muito de uns meninos, em uma escola classe A, querendo saber sobre as bruxas. O laboratório de informática estava fechado e então eles se sentiram órfãos do Google. Foi quando o bibliotecário lhes indicou o corredor das enciclopédias de papel. Passaram diante das prateleiras como se andassem num castelo do terror. Não sabiam dar sentido à interface, altamente tecnológica, das lombadas de livros de consulta. Não tinham idéia de que a ordem alfabética lhes serviria muito naquele momento. E quase correram das capas duras. Quando lhes foi apresentado o modo off-line de buscar, aprenderam, razoavelmente rápido, como encontrar verbetes, mas a palavra "bruxa" não estava lá. Desespero.

Achar que as coisas chegam sempre prontas não é facilitador. Pensar que um buscador eletrônico pode resolver minhas questões não é verdadeiro, nem no mundo da escola e nem no mundo do trabalho. Na esfera afetiva, nem se fala. Não saber questionar é grave. Ao encontrar pseudo-respostas, é necessário elaborá-las, confrontá-las com outras, discuti-las para não se parecer demais com um robô japonês.

Quando aqueles adolescentes descobriram que "bruxa" não vinha pronto, lhes foi sugerido que procurassem sobre elas no verbete "inquisição". Quando depararam com 5 páginas inquisitoriais, quase choraram. Pergunta sintomática: "mas terei que ler isso tudo só pra aproveitar poucas informações?". Bingo! E é isso o que teremos que fazer o tempo todo, para o resto das nossas vidas, mesmo se elas forem pacatas. Sempre foi o que fizemos, em grande medida, mas agora os antigos filtros estão ocupados em se reconfigurar, diante de um novo sistema de possibilidades. Ainda bem que os alunos ainda eram muito jovens. Mais grave é quando alguém só se apercebe disso quando já passou dos 20 anos.

Os "antigos filtros" podiam ser tão precisos quanto os motores de busca atuais. Editores e jornalistas, por exemplo, andam às voltas com suas novas atuações. De uma forma ou de outra, andam confidenciando no bar as mudanças que aconteceram por conta da Internet. Nem que lhes pareçam de sucesso improvável.

A Wikipedia empregou técnica nova para executar uma idéia antiga. Diderot e colaboradores talvez dessem pulinhos de contentamento diante da possibilidade infinita de memória dos novos dispostivos de armazenagem em rede. Muito provavelmente teriam um cachorro chamado Link e uma cadelinha simpática chamada Arroba. Mas não estou certa de que bateriam palmas para a possibilidade de intervenção do venerável público no projeto. Que papel os editores franceses teriam nessa seleção de "conhecimento" apto a figurar na enciclopédia? E que história é essa de não se valorizar a autoria? Que identidade esse material tem? Talvez pesquisassem formas de controle de acesso ao material.

Embora sejam parentes de semblantes muito parecidos, enciclopédia e Wikipedia têm funcionamentos bastante desalinhados. O ponto fundamental disso é, justamente, o filtro (ou a falta dele). Não do "filtro" que poderia se constituir "naturalmente", com o controle de uma espécie de "mão invisível" da intervenção do público-leitor (para Teresa Colomer, o "escrileitor"), mas o filtro encarnado em um (ou dois ou três) editor que tudo vê, tudo decide e, por fim, carregado de uma credibilidade concedida com base em sua carreira (ou personalidade ou trajetória ou conhecimento ou pelo próprio leitor), empresta um "selo de qualidade" presumido àquele material (nem sempre palpável).

Pesquisar na Wikipedia não é como pesquisar nas enciclopédias de papel. Ainda não é e não sei se o projeto é torná-las parentes em linha reta, vertical ou horizontal. O fato é que são dispostivos com funcionamentos diferentes. Ambos valorosos em seus respectivos contextos. Em qualquer caso, no entanto, é preciso observar que inteligência é diferente de deglutição; e pesquisa é diferente de repetição. Ensinar as pessoas a fazer uso do racioncínio, da capacidade de leitura, crítica e reelaboração sempre foi fundamental, agora é ainda mais.

Todas as vezes que caí na Wikipedia, achei os textos mal-escritos, ruins e confusos. "Caí" lá porque ela era um dos resultados primeiros da busca, não porque a tenha entre meus links favoritos. Aquela profusão de links no texto me irrita mais do que ajuda. Mas também não achava a enciclopédia de papel a melhor coisa do mundo. Bom mesmo é ler bons textos e perceber neles consistência. A possibilidade de um rearranjo fica a cargo da minha capacidade de associar, pensar e propôr.

Ana Elisa Ribeiro
Belo Horizonte, 27/4/2007
http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=2251

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Biblioteca irlandesa coloca mapas on-line



A biblioteca de Clare, localidade situada na Irlanda, publicou na Internet 49 mapas históricos da região, que cobrem um período de quase 200 anos. Os documentos fazem parte da colecção de mapas históricos de David Rumsey. De entre os mapas encontram-se os primeiros que fazem referência a linhas de comboio ou mapas que apresentam marcos históricos sobre tribos que habitaram o território no passado. Segundo os responsáveis da biblioteca, a colecção percorre o período entre 1736 e 1922, sendo uma boa ferramenta para investigadores e estudiosos da região de Clare.

De acordo com o portal ElectricNews.net , a colecção de mapas históricos de David Rumsey é composta por mais de 150 mil documentos e é uma das maiores colecções privadas do mundo. Em 1995 o coleccionador começou a disponibilizar a colecção ao público, criando para tal uma página web que conta actualmente com cerca de 15 mil imagens de mapas em alta resolução. Em declarações ao portal, a editora do site da biblioteca de Clare, Maureen Comber, defende que «a digitalização destes mapas raros também reduz a ameaça de serem danificados no futuro».

Fonte: http://www.i-gov.org/index.php?article=2717&visual=2

sexta-feira, 16 de março de 2007

Wikipedia ganha clone para conservadores

Bíblia tem Big Bang, diz clone da Wikipedia


Conservapedia defende os Estados Unidos e os princípios cristãos. Fundador da página afirma que Wikipedia é tendenciosa.http://www.conservapedia.com


Para ler a matéria completa, clique aqui.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Tesauro Multimídia da Cultura Popular Brasileira


Como o tesauro é um instrumento dinâmico e hospitaleiro, esta fase de seu desenvolvimento constitui-se de uma primeira versão e conta com 2.092 termos, selecionados a partir dos acervos da Biblioteca Amadeu Amaral e do Museu de Folclore Edison Carneiro do CNFCP. Os termos foram organizados nas seguintes categorias temáticas: Alimento, Artefato, Associação, Atividade Produtiva, Atividade Ritual, Indivíduo e Matéria-prima. Numa próxima versão outras categorias serão trabalhadas, como por exemplo: Literatura / Linguagem; Medicina Popular; Música; Religião entre outras.

Acesso: http://www.museudofolclore.com.br/tesauro/index.html

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Atlas de Oftalmologia

O Atlas of Ophthalmology é uma base de dados online, pública, gratuita e editada por especialistas da área, que contém milhares de imagens* com legendas e diagnósticos.

O Atlas foi desenvolvido pelo ONJOPH - Online Journals of Ophthalmology e é recomendado pelo International Council of Ophhalmology

* Para visualizar imagens de alta resolução é solicitado Senha, porém o cadastro é simples e gratuito. 

Em inglês, alemão, japonês, arábe, chinês, russo, espanhol e português