Aqui vai um prato cheio para os interessados em comida e história: a Biblioteca Brasiliana Guita e José Midlin abriu para download gratuito livros de receitas publicados a partir do século XVIII. Há títulos publicados em Portugal e no Brasil, com receitas e mais receitas de todos os gêneros, europeias e brasileiras, doces e salgadas, e dicas variadas sobre como escolher miúdos, manter a cozinha limpa com o auxilio de areia de beira-rio e como conservar banha, entre outros.
Redação Paladar | Estadão
Veja abaixo alguns dos títulos e trechos do resumos extraídos do site da Biblioteca (para fazer o download, basta clicar no título de cada livro).
O Cozinheiro dos Cozinheiros
Autor desconhecido (Lisboa, 1905)
Reúne receitas de escritores e famosos de Portugal no início do século XX e inclui quitutes preparados por Alexandre Dumas, pai e filho, Saint Simon e o Visconde de Belacanfor. As receitas são uma mistura de ingredientes e pratos de diversas regiões europeias com a culinária típica portuguesa. Dentre as receitas francesas, destacam-se clássicos do século XIX como o pombo com ervilhas, o court-buillon de frutos de mar, a enguia grelhada, e omeletes de vários tipos. Do lado português, caldeiradas, ensopados, sopas e rabanadas, chamadas pelo seu nome francês, pain perdu, ou português, pães perdidos.
A sciencia no lar moderno
Eulália Vaz (São Paulo, 1912)
O livro ensina como preservar latas de banha, escolher bem os miolos e lavar e esfregar bem a cozinha com areia fina de beira de rio. Foi um sucesso editorial e teve mais de cinco edições. Traz a receita de Electricos, uma espécie de pé-de-moleque de amêndoas, açúcar e ovos cortado em formato oblíquo.
O livro das noivas de receitas e conselhos domésticos
Júlia Lopes de Almeida (São Paulo, 1929)
Traz receitas apetitosas e modernas para a época, como a do club sandwich e o pudding dos recém-casados.
Arte de cozinha: primeira parte. Trata do modo de cozinhar varios manjares, e diversas iguarias de todo o genero de carnes, tortas, empadas, e pasteis
Domingos Rodrigues, 1637-1719, (Lisboa, sem data)
O mais conhecido e considerado o primeiro tratado de cozinha publicado em Portugal. Domingos Rodrigues dizia ter 29 anos de fogão e uma infinidade de banquetes devorados pelos convivas da mesa real portuguesa quando publicou um pequeno volume dedicado às artes da cozinha. Em seu tempo - isto é, no final do século XVII -, percebemos que a utilização do açafrão, do açúcar e das mais variadas especiarias e pimentas é um dos elementos que demonstra o poderio econômico do império português, que podia mandar vir dos lugares mais distantes do globo alimentos que custavam fortunas. Desta maneira, o livro nos dá uma pista tanto do que significava a cozinha do rei, como do que se comia nos jantares reais portugueses. A obra é, portanto, ao mesmo tempo, um reflexo da vida cotidiana e um lugar de encontro dos costumes através dos séculos.
Arte de cozinha dividida em quatro partes
Domingos Rodrigues, 1637-1719, (Rio de Janeiro, 1838)
Traz receitas de guisados, conservas, tortas, empadas e pastéis, peixes, mariscos, frutas, ervas, ovos, laticínios, doces, conservas do mesmo gênero. Versa sobre como preparar mesas em todo tempo do ano para hospedar príncipes e estrangeiros. E abrange também pudins e massas.
A arte culinária na Bahia
Manuel Querino, 1851-1923, (Salvador, 1957)
Defensor da cultura africana como formadora de uma identidade baiana e brasileira, Manoel Querino publicou postumamente sua A arte culinária na Bahia. No livro, destaca-se a contribuição indígena para a culinária brasileira. Entre os quitutes africanos, o arroz de aussá, o efó, o caruru e o xim-xim.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário